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Carrier Command Gaea Mission: Primeiras Impressões

Carrier Command Gaea Mission: Primeiras Impressões
[toggle title=”Informação Geral Sobre o Jogo”]

NOME DO JOGO: Carrier Command: Gaea Mission

CRIADORES: Bohemia Interactive

Preço: 39.95€ (Gamersgate)

Campanha Steam Greenlight: Sim
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Carrier Command: Gaea Mission chegou finalmente, no entanto parece-me a mim que o seu lançamento passou despercebido para uma grande parte dos gamers. Nós acompanhámos de perto a evolução deste interessante “remake” e agora depois de algumas horas de jogo eu tenho para vocês as minhas primeiras impressões.

Vamos começar pelo principio e a história vai obrigar-nos a recuar durante momentos até ao final dos anos 80, mais precisamente a 1988, altura em que o Carrier Command original foi lançado. O jogo era um híbrido de estratégia e ação (sim, eles já existiam nos anos 80) e nele nós tomávamos controle de um porta-aviões futurista que transporta no seu interior diversos veículos de guerra.

O “remake” vem das mãos da Bohemia Interactive e logicamente assenta na ideia de oferecer o mesmo tipo de experiência mas adaptada aos tempos modernos. Desde a versão BETA foi claro que estávamos perante um jogo com um enorme potencial, a mistura entre a ação e a estratégia estava muito bem conseguida e Carrier Command: Gaea Mission tinha condições para ser uma das agradáveis surpresas deste final de ano.

Carrier Command Gaea Mission
Este é o “Carrier” um navio impressionante que transporta os nossos veículos…

Eu tenho uma boa e uma má notícia para vocês, a boa é que na sua essência o jogo tem qualidade e a mistura entre ação e estratégia está bem conseguida, a má notícia é que existem falhas – algumas das quais indesculpáveis – que por pouco não aniquilaram completamente o jogo.

A história coloca-nos no meio de uma guerra entre a United Earth Coalition e a Asian Pacific Alliance, por esta altura a Terra é um planeta em sofrimento, destruído e onde existe uma enorme escassez de água. Resta-nos um sistema planetário distante onde a lua Taurus poderá conter o segredo para salvar o planeta  Terra. Nós vestimos a pele do tenente  Myrik que é responsável por um dos “Carriers” que são os tais porta-aviões futuristas.

A história até é interessante não fossem as “cutcenes” provavelmente algumas das menos inspiradas e tecnicamente más que eu já vi nos últimos anos. Os modelos das personagens não são nada famosos e fazem-nos recuar dois ou três anos no tempo, aliás existem alturas em que são maus de mais para serem verdade. O mesmo acontece com as animações que simplesmente não se enquadram nos padrões mínimos de qualidade dos nossos dias.

Carrier Command Gaea Mission
As “cutcenes” são más demais para serem verdade…

Infelizmente a história é-nos contada com recurso a estas “cutcenes” que escusado será dizer, não são nada memoráveis e nós ficamos com mais vontade de nos esquecermos que elas existem do que outra coisa qualquer. Apesar disso nada está perdido, estamos a falar apenas de “cutcenes” que valem o que valem e muitos gamers nem sequer estão preocupados com a história mas sim em jogar. Agora voltando para o lado positivo, o jogo nada tem a ver com as “cutcenes” de baixa qualidade, pelo contrário ele é graficamente bom e possui uma jogabilidade viciante que nos cola ao ecrã.

A mecânica é interessante porque a qualquer momento podemos assumir o controle de uma unidade individual e participar diretamente no campo de batalha. A transição é perfeita e este é um aspecto em que a Bohemia Interactive acertou em cheio. O grafismo e a jogabilidade base estão bons e funcionam apesar de existirem pequenos problemas que afetam a experiência sobre os quais eu já vou escrever mais para a frente.

Quando joguei pela primeira vez a versão final optei pelo modo de história, nele ela é-nos apresentada com recurso às tais “cutcenes” e entre elas durante vários minutos nós jogamos um género de FPS. Basicamente nós controlamos o tenente Myrik enquanto ele prossegue com os seus colaboradores para tomar o controle de um “Carrier“. O problema é que estes minutos de jogabilidade são maus e foram claramente um aspecto pouco trabalhado no jogo, de tal maneira que a meio eu dei por mim a desejar que aquilo acabasse o mais rápido possível. Até estive para cancelar e iniciar um jogo normal sem história, mas fiz um esforço adicional para perceber até onde chegava.

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Felizmente esta parte do jogo não dura muito tempo…

Ora se tivermos em conta que as “cutcenes” são para esquecer e o FPS é também mau, imaginem como são os primeiros minutos do modo de história. É um género de uma pequena tortura e apesar do jogo não pretender ser nenhum Call Of Duty, a Bohemia Interactive devia e podia ter feito muito melhor.

A minha sorte é que o “mini-pseudo-FPS” não dura muito e pouco tempo depois eu já estava no interior do “Carrier“. Carrier Command: Gaea Mission é todo ele sobre estratégia/ação e a qualidade do “jogo jogado” em grande parte é bastante boa. De facto quando controlamos um veículo individual podemos optar por uma visão na terceira ou primeira pessoa e esta última nada tem a ver com a experiência do “mini-pseudo-FPS“.

É fácil controlarmos todos os aspectos da liderança a partir do “Carrier” e o navio em si é bastante impressionante. Todos os mecanismos à nossa disposição providenciam uma ajuda preciosa no controle dos veículos, um mapa deixa-nos acompanhar todos os movimentos das nossas forças e até podemos assistir em tempo real à movimentação de uma unidade sem fazermos qualquer tipo de interferência. A jogabilidade está tão bem conseguida que é fácil deixarmo-nos envolver e quando damos conta já passaram horas.

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Apesar das falhas jogar Carrier Command: Gaea Mission é uma experiência recomendada…

O objetivo é ir conquistando ilha a ilha e tentar construir um império, o que nem sempre é fácil porque quanto mais ilhas controlamos mais expostos a ataques poderemos ficar. É preciso planear todos os passos, possuir uma boa defesa e saber atacar da forma correta. A estratégia é uma componente forte e torna o jogo divertido e desafiante.

A jogabilidade só é prejudicada por uma inteligência artificial que não é tão inteligente como devia ser e obriga-nos várias vezes a tomarmos o controle das nossas unidades. Por exemplo, suponhamos que eu decido controlar um “Walrus” – que é um veículo de combate anfíbio – no campo de batalha e ordeno que os outros me sigam. É algo relativamente simples, mas houve várias vezes em que as unidades controladas pelo computador não me conseguiam acompanhar e ficavam inexplicavelmente presas no meio do caminho a fazer manobras sem qualquer tipo de lógica, o que me obrigava a controlar uma a uma para as colocar de volta no caminho certo. Este tipo de situações ocorrem mais vezes do que era suposto e por momentos deixaram-me um pouco frustrado.

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O “Walrus” é uma unidade particularmente útil…

Problemas à parte a realidade é que eu já tenho várias horas de jogo em Carrier Command: Gaea Mission e ele tem o mérito de ser um daqueles títulos que viciam. As imperfeições não foram suficientes para me afastar deste jogo nem tão pouco tornam estas primeiras impressões negativas.

Reconheço que de facto ele ainda precisa de trabalho e espero que venham por aí updates o mais rápido possível. Mas por agora posso-vos dizer que o jogo é terrivelmente divertido e que os fãs de estratégia não ficarão desiludidos, talvez fiquem um pouco frustrados com os problemas na inteligência artificial e no modo de história com as “cutcenes” e com aquele ridículo “mini-pseudo-FPS“, mas nunca desiludidos. Ao final do dia a história neste tipo de jogos até nem é assim tão importante e tal como referi em cima, pelo menos no “jogo jogado” a sua qualidade não foi prejudicada.

Aqui fica um vídeo de jogabilidade que demonstra bem o que o jogo tem para oferecer:

Última atualização: Outubro 2, 2012 às 21:11

Diogo Mota

O Diogo é o organizador, todo o conteúdo do website passa de uma forma ou de outra pelas suas mãos, ele certifica-se que os padrões de qualidade são sempre altos e se a Gaming Portugal é hoje uma máquina relativamente bem oleada, isso acontece em grande parte graças ao seu trabalho.

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