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Os Riscos Do Crowdfunding

Os Riscos Do Crowdfunding

O “crowdfunding“, ou em português o “financiamento coletivo“, criou novas oportunidades para as companhias. Hoje é possível recorrer aos gamers e solicitar o seu apoio, se o projeto for entusiasmante e prometedor o suficiente então as probabilidades de conseguir financiamento são boas, no entanto existem riscos inerentes e por cada jogo bem sucedido outros que vão ficando pelo caminho.

Recentemente em entrevista à Gamasutra, David Braben que é o designer do recentemente financiado Elite: Dangerous admitiu que houve alturas em que esteve um pouco nervoso e duvidou se o Kickstarter seria o caminho a seguir. A história de Elite: Dangerous é interessante, este será o quarto jogo da saga de exploração espacial / trocas / combate espacial chamada Elite e a realidade é que durante anos a Frontier Developments foi incapaz de encontrar uma editora interessada nele.

O “crowdfunding” foi um género de último recurso, se de facto eles obtivessem a validação dos gamers e consequentemente a sua ajuda, o jogo veria a luz do dia e o problema ficaria resolvido. Elite: Dangerous é um caso de sucesso com quase 2 milhões de euros obtidos, a meta foi atingida e superada mas isso não impediu  David de, a determinada altura, temer o pior.

[sws_blockquote_endquote align=”left” cite=”David Braben” quotestyle=”style02″] Eu comecei confiante, mas no meio estava um pouco nervoso. Todas as campanhas que acabam bem sucedidas no Kickstarter possuem mais ou menos o mesmo formato e como tal eu esperava que no final houvesse uma grande volta. [/sws_blockquote_endquote]

 

De acordo com ele é preciso muito cuidado no planeamento das metas que se apresenta:

[sws_blockquote_endquote align=”left” cite=”David Braben” quotestyle=”style02″] Eu acho que pode existir o perigo de algumas campanhas colocarem as suas metas em níveis mais baixos daquilo que elas realmente precisam – devido à compreensível natureza do “tudo ou nada” neste tipo de iniciativa – sem considerarem os compromissos que essas decisões trazem. Mas a meio da nossa campanha até eu tive dúvidas se este era o caminho certo a seguir. [/sws_blockquote_endquote]

 

David revelou ainda a importância de uma companhia já possuir muito material preparado para mostrar, ele adianta contudo que um grande número de conteúdo embora seja benéfico deve ser sempre acompanhado por uma abertura por parte da companhia na interação com os fãs.

De facto é inegável que o “crowdfunding” abriu portas e trouxe consigo novas oportunidades, mas à medida que o tempo vai passando tanto as companhias como os gamers começam a perceber que “nem tudo são rosas“. Há o risco do fracasso, mas pior do que isso há o risco de posteriormente a companhia apresentar um produto que não se encontra à altura das expectativas criadas.

Não existem certezas, por exemplo o Dizzy Returns” dos gémeos Oliver parecia ser um jogo destinado ao sucesso mas o conceito embora prometedor e alvo de uma grande cobertura dos media, não foi capaz de convencer os gamers. A lição parece ser óbvia, nem todos os jogos podem ser financiados via “crowdfunding” e prever a reação dos gamers por vezes é muito difícil.

Mesmo assim o financiamento coletivo é bom para o mercado, ele tem ajudado vários títulos a serem lançados e alguns deles como o FTL: Faster Than Light; o Giana Sisters: Twisted Dreams ou o Chivalry : Medieval Warfare são jogos de grande qualidade.

Obrigado, Gamasutra

Última atualização: Janeiro 16, 2013 às 12:23

Paulo Figueiredo

O Figueiras é um elemento fundamental da Gaming Portugal e a figura mais respeitada da equipa. A sua vida atarefada impede-o de acumular uma posição de maior destaque. A sua participação na Gaming Portugal é motivada principalmente pelo gosto por gaming e dá-lhe um prazer especial saber que nesta casa a “independência” é uma característica definidora.

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