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Ary and the Secret of Seasons: Opinião

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Ary and the Secret of Seasons é um jogo de plataformas 3D com elementos RPG e como a personagem principal do jogo tem o mesmo nome do que eu, aqui na Gaming Portugal foi decidido por unanimidade que deveria ser eu a opinar sobre ele.

No jogo nós controlamos a jovem Aryelle, também conhecida por Ary e embarcamos numa aventura épica no mundo fantástico de Valdi que subitamente se vê mergulhado no caos.

Enquanto Ary nós vamos assistir os “Guardiões das Estações”, uma organização secreta que salvaguarda o bem estar do mundo. Para ajudarmos somos presentados com a habilidade de manipular as estações à nossa volta o que por sua vez nos vai ajudar a derrotar inimigos, ultrapassar obstáculos e resolver puzzles.

Plataformas 3D tradicional (com elementos RPG) sem surpresas

Eu fiquei entusiasmado com a ideia de opinar sobre um videojogo que tem o meu nome mas assim que comecei a jogar “Ary and the Secret of Seasons” o meu entusiasmo infelizmente foi-se dissipando.

O género de plataformas e acção 3D tradicional tem ganho popularidade nos últimos anos com alguns casos sérios de sucesso como é o caso do YookaLaylee ou do “A Hat in Time“, ainda assim não é um género de jogo no qual é fácil surpreender os jogadores especialmente quando se adiciona elementos de outros géneros.

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Este jogo é na sua base um título de plataformas 3D tradicional mas, vá-se lá saber porquê, eles decidiram adicionar elementos de RPG talvez para tornarem a experiência mais robusta. Infelizmente não é isso que acontece.

A história até é bem contada e o “voice acting” dá-lhe um toque de magia que na minha opinião será bem recebida pelos jogadores mais novos. Mas para mim pessoalmente a história é demasiado genérica e desinteressante especialmente se tivermos em conta que o jogo é também uma espécie de RPG.

É notório que eles tentaram emular a clássica história “Disney” não só nos diálogos como até nos visuais. Os grandes fãs da “Disney” talvez apreciem este esforço mas a realidade é que apesar disso ele está longe dos padrões de qualidade da gigante do cinema de animação.

A jogabilidade é genérica e aborrecida

A jogabilidade é para mim um dos departamentos mais importantes de um videojogo e talvez o elemento mais importante na construção de uma experiência divertida. Porém e mais uma vez este jogo revela-se demasiado genérico neste departamento proporcionando uma jogabilidade previsível e pouco elaborada com a excepção das mecânicas de manipulação das estações.

A movimentação da personagem principal é um pouco atabalhoada, assemelha-se a um jogo de plataformas 3D do passado e se há uns bons anos atrás ela poderia ter sido considerada sólida, hoje em dia e em comparação com outros jogos dentro do género, ela é antiquada.

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O combate é básico e apesar de existirem algumas batalhas interessantes pelo meio ele não é mais do que um exercício de repetição que se torna aborrecido demasiado rápido. Confesso que esperava mais de um jogo de 2020.

Como consequência, saltar; atacar inimigos ou resolver puzzles não é uma experiência tão recompensadora como em outros títulos dentro do mesmo género e salva-se apenas a manipulação das estações. A palavra “rudimentar” vem-me muito à cabeça quando falo ou escrevo sobre este jogo e isso não é nada bom quando o assunto é jogabilidade.

O grafismo

É talvez o departamento que mais se destaca pela positiva, “Ary and the Secret of Seasons” pode não ser um “colosso visual” mas é um trabalho sólido nesta área. Os modelos das personagens não são maus, os cenários têm escala e alguns são espectaculares e pelo menos na parte artística a emulação do estilo “Disney” deu frutos.

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Visualmente é uma aventura bonita, de cores vibrantes e cenários que na maior parte estão bem desenhados. No que diz respeito às animações, algumas são demasiado simplistas mas outras (como aquelas em que mudamos de estação) são boas.

A banda sonora e os efeitos sonoros

A banda sonora reflecte na perfeição a aventura mágica de Ary e é, juntamente com o grafismo, um dos melhores elementos do jogo. Naturalmente a equipa de desenvolvimento optou por músicas que fossem capazes de evocar a sensação de um clássico da “Disney” e neste caso em particular eu também acho que eles atingiram o objectivo.

As músicas reflectem a história mágica deste jogo, já os efeitos sonoros limitam-se a cumprir e quanto mais não seja não prejudicam a experiência.

Um RPG? Nem por isso…

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O jogo descreve-se como sendo também um RPG mas a realidade é que esses elementos são muito superficiais. Sim existe um inventário; podemos trocar de roupa; temos upgrades e consumíveis mas trata-se de mais uma abordagem muito rudimentar especialmente para quem está habituado a jogar os grandes RPG’s no mercado.

O resultado é um RPG de baixa qualidade e um jogo de plataformas 3D mediano. É verdade que a história e as quests não são terríveis (eu pelo menos já vi bem pior) mas muito poucas conseguem ser verdadeiramente recompensadoras e divertidas

Tudo isto para dizer que apesar dos elementos RPG, este jogo é muito mais um título de aventura e plataformas 3D do que qualquer outra coisa. Ou seja, ele não deve ser adquirido por jogadores que procuram por um bom RPG, para isso existem alternativas bem melhores no mercado.

Resumindo

Ary and the Secret of Seasons não é uma experiência terrível e em alguns departamentos o trabalho desenvolvido até está acima da média, mas a jogabilidade demasiado rudimentar é um problema que “salta à vista” e é difícil de ignorar. Como se isso não bastasse a mistura de géneros (plataformas 3D/RPG) não está bem conseguida e no geral a experiência é algo aborrecida e pouco memorável.

Mas se por um lado toda esta simplicidade poderá afastar os jogadores mais exigentes, pelo outro talvez a sua história com “ecos” da “Disney” seja muito apelativa para os mais novos e quem sabe, este jogo até poderá ser a prenda ideal para as crianças aí em casa.

Última atualização: Setembro 1, 2020 às 19:43

Divertido para os mais novos!

Ary and the Secret of Seasons está longe de ser um grande jogo de plataformas 3D e enquanto RPG cumpre os requisitos mínimos. Existem momentos em que ele consegue ser visualmente deslumbrante e brilhar, porém é "sol de pouca dura" porque a jogabilidade atravessa-se demasiadas vezes no caminho da experiência. Poderá ser no entanto divertido para os jogadores mais novos.

5.5
Não Recomendado:
5.5
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Ary Costa

Ele foi a força fundadora por detrás da Gaming Portugal e conseguiu reunir uma equipa competente e unida. É um elemento que trabalha nos bastidores mas também publica artigos no website.

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