Diablo IV pode não ser o jogo mais consensual do “franchise” mas a temporada recente trouxe consigo bastante modificações que parecem ter deixado os jogadores satisfeitos.
A Gaming Portugal não tem feito uma cobertura extensa do Diablo IV por várias razões, mas depois desta última temporada e com o conteúdo positivo que ela trouxe consigo, nós decidimos que era a altura certa.
E como na equipa eu era o único que ainda não tinha jogado Diablo IV, acabou por me “sair a mim a rifa”.
É claro que houve uma razão para esta decisão, a equipa pretendia “olhos frescos” sobre o jogo e uma abordagem livre de preconceitos.
É claro que isso implicou a dedicação de muitas horas a esta experiência. E por esta altura, amigos leitores, muitos de vocês podem estar perguntar:
“Então gostaste, o que achas do jogo?”
Mas para terem essa e outras repostas vão ter mesmo de ler a análise, ou, simplesmente fazem “scroll” até à parte da nota final e obtêm lá a vossa resposta.
A história
O “franchise” Diablo é conhecido por produzir alguns dos melhores RPG’s de ação de todos os tempos, sendo a história quase sempre um dos pontos altos de toda a experiência.
À semelhança do seu antecessor, também a história de Diablo IV é excelente. Mais uma vez somos transportados para uma era de obscuridade na qual humanos e todo o tipo de criaturas habitam o Santuário.
A ação deste jogo decorre cinquenta anos após os eventos do Diablo III e no meio de um vácuo de poder que se criou surge Lilith, a filha de Mephisto, a sussurrada progenitora da humanidade.
Onde quer que ela vá ela consegue trazer ao de cima o pior dos humanos e como consequência ela começa a deixar um rasto de obscuridade e tragédia por onde passa.
Nós vestimos a pele do eterno herói que persegue Lilith numa tentativa para impedir os seus planos diabólicos.
A história é muito boa, estamos a falar de um Diablo afinal de contas, o “voice acting” tem qualidade e a campanha encontra-se ao nível que estamos habituados a ver no “franchise”.
No entanto, em comparação com o Diablo III não há, digamos, uma evolução no “storytelling”. Ou seja, a forma como a história nos é apresentada e contada ao longo da campanha é muito semelhante ao jogo anterior.
Na minha opinião perdeu-se uma oportunidade de acrescentar alguma inovação à forma como a história vai-nos sendo revelada ao longo da experiência.
O grafismo
Onde existe uma evolução é no departamento gráfico. Diablo IV é visualmente superior ao seu antecessor, não é que seja uma evolução gráfica incrível, mas é com toda a certeza um passo evolutivo natural para o “franchise”.
É importante realçar que, apesar de ser um salto evolutivo esperado mas não muito impressionante comparando-o com o seu antecessor, Diablo IV é visualmente um dos jogos mais impressionantes dentro do seu género.
A acompanhar essa qualidade gráfica está uma “performance” muito boa e que garante que consegues correr este jogo sem problemas numa multiplicidade de aparelhos.
Artisticamente ele mantém-se fiel ao estilo de obscuridade do “franchise”. O mundo de Diablo IV continua pesado com inúmeras referências demoníacas e com batalha entre o Inferno, o Céus e a humanidade sempre em primeiro plano.
Em comparação com o seu antecessor eu diria que Diablo IV é um jogo mais robusto em todas as áreas do departamento visual.
Em potência gráfica; no trabalho artístico; na qualidade das animações ou até nos efeitos de luzes. Diablo IV é a evolução esperada cuja maior qualidade é mesmo o facto de não desiludir.
A jogabilidade, a quarta temporada e o “Loot Reborn”
Para minha infelicidade, que provavelmente outros jogadores chamariam de felicidade, eu só comecei a jogar Diablo IV nesta quarta temporada que tem sido muito elogiada devido à alterações realizadas ao sistema de “loot”.
E de facto devo confessar, o “loot”, e sobretudo a forma como o podemos costumizar ao longo da experiência de jogo, é sem dúvida um dos pontos fortes do Diablo IV.
Uma das adições mais interessantes foi o “tempering” que oferece maior controle sobre os nossos equipamentos, nomeadamente oferece-nos a possibilidade de os melhorarmos.
Isso é muito importante em todas as fases do jogo, mas é particularmente útil quando ainda estamos a fazer a campanha principal e outras “quests” secundárias, porque é possível aumentar o poder geral do nosso equipamento.
Mesmo que não tenhas o melhor equipamento, podes melhorá-lo recorrendo a esta técnica e desta forma retirar tudo o que conseguires dele apesar das suas limitações.
Embora o “tempering” esteja disponível relativamente cedo na aventura, só mais tarde conseguimos explorar todo o seu potencial e quando estivermos realmente em “endgame” o “masterworking” é a mecânica de “upgrade” mais apetecível.
Eventualmente conseguirás visitar o “The Pit of Artificers” onde poderás encontrar materiais que te vão permitir refinar as tuas armas e torná-las verdadeiros colossos com o “masterworking”
No entanto, depois de terminares a campanha e até chegares ao verdadeiro “endgame” terás algum “griding” pela frente. Existem no entanto muitas atividades, todas elas baseadas em ação divertida, eventos e missões secundárias.
À medida que vamos progredindo e subindo de nível vamos aumentando também o nível de dificuldade até ao máximo do “Tier 4” que inclui inimigos mais poderosos e “loot” mais valioso.
O “Tier 4” é um nível de dificuldade bastante desafiante e só com bons equipamentos e alguma evolução é que conseguirás progredir com mais facilidade. Mesmo assim e sobretudo nos estágios iniciais do “endgame” é fácil perder a vida neste jogo e ainda bem porque torna a experiência mais interessante.
A procura de novos desafios envolve muitas horas adicionais e melhorias constantes em que vamos sentido a nossa personagem a ficar cada vez mais poderosa. Demora o seu tempo mas eventualmente vamos sentir o nosso trabalho recompensado com equipamentos e uma personagem poderosa.
Em comparação com o Diablo III eu diria que é um “endgame” mais robusto devido à sua variedade. Naturalmente existe alguma repetição e aborrecimento, mas é mais um departamento no qual o “franchise” evoluiu de forma positiva.
No que diz respeito à jogabilidade o Diablo IV continua, em grande parte, bastante fiel ao “franchise”. Há no entanto uma maior aposta na simplificação neste jogo, algo que com toda a certeza esteve relacionado com a sua presença nas consolas.
Diablo IV é mais simples do que o seu antecessor e incorpora várias armas em simultâneo que por sua vez podem ser atribuídas a diferentes habilidades.
A mim não me incomoda a simplicidade, mas consegue-se perceber o incómodo para jogadores de PC que ficam com a sensação de que o jogo não é feito à medida para a plataforma de gaming por excelência.
Se a simplicidade não me incomoda, já o facto da experiência de jogabilidade de Diablo IV ser virtualmente idêntica à do seu antecessor deixou-me um pouco desiludido.
Confesso que esperava algo de novo, algo que refletisse esta nova geração, mas isso não acontece. Por um lado é compressível, porque mexer demasiado na jogabilidade poderia resultar num desastre, pelo outro um pouco de audácia nunca fez mal a ninguém.
A boa notícia para os apreciadores do Diablo III é que, apesar da jogabilidade não trazer grandes novidades, Diablo IV é no geral uma experiência mais robusta, visualmente superior e que continua a explorar extensivamente o mundo que eles tanto adoram.
É preciso mencionar a questão do sempre online?
Sem surpresas Diablo IV requer uma ligação à Internet. Era muito pouco provável que a Blizzard desse luz verde a algo “offline” e de facto foi o que aconteceu.
Obviamente isto já não me agradava no jogo anterior e continua a desagradar-me também neste jogo. Basta um problema nos servidores e de um momento para o outro já não é possível jogar Diablo IV.
Não podemos esquecer também o facto do modo “offline” ter sido um dos pedidos repetidos mais vezes por parte dos jogadores…
Última atualização: Setembro 17, 2024 às 17:33