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Evil West – Análise

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Evil West é uma experiência fundada em simplicidade que mistura combate intenso com uma história do Velho Oeste e eventos sobrenaturais. Ele chegou recentemente ao mercado e deixou boas impressões, mas será que este jogo é tudo o que promete ser?

De vez em quando eu gosto de experiências mais simples. Dêem-me as armas, indiquem-me o caminho e que venham daí os inimigos.

Pois bem, Evil West é esse tipo de aventura. Um jogo com combate visceral e explosivo com uma história de monstros e vampiros, tudo com o objetivo de salvar os Estados Unidos da ameaça sobrenatural.

A história

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Por esta altura deves estar a pensar: “mas isso não é uma história original” e sim, de facto não é. Essencialmente nós vestimos a pele de um dos últimos agentes de uma organização que caça vampiros e como toda a ação decorre no Velho Oeste nós somos também “cowboys”.

No fundo, no fundo, nós somos uma espécie de “cowboy” super-herói e a ideia até nem é assim tão má, ou pelo menos talvez seja melhor do que aquele filme ridículo que eu vi uma vez sobre “cowboys” e aliens.

Mas sim, eu reconheço que a história não é propriamente brilhante, as personagens  – incluindo a principal – não são as mais carismáticas. Por outro lado a qualidade do “voice acting” é bastante boa e pelo menos existem alguns momentos divertidos na história.

Os aspetos positivos não chegam no entanto para fazerem da história algo memorável ou interessante, pelo contrário, após algumas horas eu já nem queria saber da história ou das personagens e isso é obviamente negativo.

O grafismo

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Evil West é um bom trabalho no departamento gráfico. As personagens, os cenários e os inimigos estão bem desenhados. A experiência linear e percursos diretos de “ponto A a ponto B” permitiu à equipa de desenvolvimento dedicar-se bastante ao grafismo e o resultado é positivo.

O jogo impressiona num primeiro contacto e a arte consegue ligar bem ambiente do Velho Oeste com os elementos sobrenaturais. Para além disso a “performance” é muito boa no PC com computadores de gamas médias ou até baixas a conseguirem corrê-lo a um bom “framerate”.

Os efeitos de luz e sobretudo as animações em combate estão bem conseguidos, aliás são nos momentos de ação mais intensos que o grafismo deste jogo se destaca mais. Não quer dizer que é o melhor trabalho que eu já vi num jogo de ação na terceira pessoa, porque não é, mas não deixa de ser um bom trabalho e um dos melhores elementos do jogo.

A banda sonora, os efeitos sonoros

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A banda sonora e os efeitos sonoros também estão bem conseguidos e conseguem captar a essência do ambiente que o jogo pretende representar. Por vezes a música faz-nos relembrar aqueles clássicos do Velho Oeste, outras vezes os elementos sobrenaturais sobrepõem-se com bandas sonoras mais intensas e viscerais.

É uma mistura que funciona muito bem e até certo ponto ajuda a carregar a experiência mesmo quando perdemos interesse na história e nas personagens. Os efeitos sonoros seguem esta mesma linha e todos os ataques que realizamos têm um “peso” sonoro, uma força sobre-humana necessária para dizimar os muitos inimigos que encontramos pelo caminho.

Esses sons que transmitem o peso e o poder dos ataques ajudam em muito a ação tornando-a em certos momentos viciante e recompensadora.

A jogabilidade, as mecânicas de jogo e a linearidade

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Evil West é o tradicional jogo de ação na terceira pessoa. Com isto quero dizer que não há nada de novo no que diz respeito à movimentação da personagem e dos seus ataques.

Naturalmente somos munidos de armas para conseguirmos defrontar os nossos inimigos. Há um misto de ataques corpo a corpo com murros explosivos enquanto as armas como o revolver, a espingarda ou a caçadeira entre outras, encarregam-se dos ataques à distância.

À medida que vamos avançado na história e reunindo dinheiro também realizamos progressos nas armas e ataques e vamos ficando mais poderosos. Mesmo assim estamos perante uma daquelas experiências em que se joga durante 2 horas e daí para a frente é simplesmente mais do mesmo.

O jogo é linear, ou seja, nós avançamos do ponto B para o Y, vamos defrontado inimigos pelo caminho e no final o “boss”. A linearidade não me incomoda, mas existem algumas decisões que me surpreenderam e para as quais ela, na minha opinião, não serve de desculpa.

Por exemplo, foi tomada a decisão de informar visualmente e de forma óbvia (com correntes iluminadas) qual o caminho a seguir. O problema é que o caminho já é bastante óbvio porque a nossa personagem desloca-se quase numa espécie de “cenário em corredor invisível” com muito poucos caminhos alternativos disponíveis.

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Incomodou-me também a existência de puzzles que são tão fáceis de resolver que nem sequer deviam estar presentes. Por um lado é bom para quem só quer ação e não perder muito tempo a puxar pela cabeça, pelo outro é mau porque, se o que interessa é a ação, porque raio é que existem puzzles?

A movimentação fora de momentos de combate é extremamente limitada e não é que eu tenha grandes problemas com isso, mas quem alimenta fantasias de “God Of War do Velho Oeste” por favor que refreie os seus ânimos porque não tem rigorosamente nada a ver com isso.

No combate a coisa muda um pouco de figura. Evil West possui uma jogabilidade, que apesar de estar longe de ser inovadora, tem momentos em que consegue ser muito divertida. Aniquilar inimigos com murros devastadores dá um gosto especial, a caçadeira também é memorável e o combate tem momentos que é muito recompensador.

O problema, como já referi anteriormente, é que passadas 2 horas já vimos tudo o que há para ver no que diz respeito a jogabilidade e consequentemente ela torna-se repetitiva e aborrecida. Ou seja, o jogo até começa bem mas a meio dei por mim a ficar bastante desiludido.

Para além disso não gostei do facto de ele ser em grande parte em “easy mode”. O jogo está constantemente a dar-nos a mão, o nível de dificuldade não é muito alto com a exceção de um ou outro momento contra “bosses” ou grandes números de inimigos.

Vamos lá, em retrospetiva não são problemas assim tão graves ao ponto de retirarem todo o mérito deste jogo, mas são seguramente problemas que têm impacto na sua nota final. O que é uma pena porque há muito trabalho bem feito em Evil West.

A cooperação adiciona algum valor à experiência

Infelizmente não me foi possível jogar em cooperação e como tal só posso dizer que, como acontece com todos os jogos, ela adiciona algum valor à experiência. Se eu tivesse jogado com um amigo tenho a certeza que me teria divertido mais. Isso não ajudaria a mitigar os problemas que encontrei, mas tenho a certeza que as gargalhadas seriam muitas.

Divertido mas de preço elevado

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Outro dos problemas que eu tenho com este jogo é o seu preço. Eu compreendo que o grafismo tem uma boa qualidade, mas 50€ por um jogo de ação na terceira pessoa que literalmente não traz nada de novo para o género é um pouco exagerado.

É que eu até me diverti a jogar e gostei do combate mesmo nos momentos em que se tornou demasiado repetitivo. Mas não posso concordar com o seu preço elevado, acho que seria muito mais justo se não superasse a marca dos 25€, e mesmo assim por esse preço há melhor no mercado.

Evil West não é um mau jogo, ele consegue brilhar no grafismo e no departamento do som, e o “voice acting” é sólido mas infelizmente a história é fraca e a jogabilidade apesar de ser divertida, torna-se aborrecida demasiado rápido. A linearidade por vezes também é excessiva, acho que poderiam ter dado mais espaço à exploração porque às vezes mais parece que andamos de arena em arena a derrotar inimigos.

Se dissesse que não me diverti estaria a mentir. A verdade é que tive momentos em que me diverti bastante, mas a partir de um determinado ponto tive plena consciência de que estava perante uma experiência mediana. Olhando para trás isso não me incomoda, mas se tivesse gasto os 49.99€ para comprar este jogo, confesso que neste momento estaria um pouco frustrado.

Última atualização: Novembro 23, 2022 às 16:34

Evil West - Análise

Evil West até é uma experiência divertida mas uma história desinteressante e uma jogabilidade repetitiva e pouco desafiante acabam por transformá-lo num jogo mediano. O seu preço elevado também não ajuda e é a razão final pela qual eu simplesmente não posso recomendar este jogo.

6
Não Recomendado:
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Helder Sousa

Adepto do ar livre e dos desportos radicais, nós nunca sabemos se no próximo fim-de-semana ele não irá longe demais, levando a equipa a ficar com um elemento a menos. Quer dizer, o exercício é uma coisa boa, mas quando isso envolve quedas de grandes alturas ou escaladas perigosas, talvez seja melhor ficar em casa a jogar videojogos.

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