GOG.com é um serviço de distribuição digital diferente de todos os outros, desde o foco em jogos antigos, passando pela recusa ao DRM a Good Old Games é uma plataforma que tem sido acarinhada pelos gamers de PC. No seu estilo único, eles não se preocupam muito com a pirataria e não a vêem como um “inimigo” que deve ser abatido a todo o custo.
Quando a CD Projekt criou a GOG há cerca de dois anos atrás, ela foi uma autêntica lufada de ar fresco no mercado da distribuição digital. Hoje a companhia que também é responsável pela criação da saga “The Witcher“, é um exemplo no mundo do gaming e adopta uma posição que se pode chamar “do contra” no que diz respeito à pirataria.
Em entrevista à Gamer’s Mint, Trevor Longino representante da GOG abordou um pouco a questão e afirmou que é um erro uma companhia focar-se demasiado na pirataria porque pelo caminho perde a noção do que é realmente importante. Na sua opinião é preciso acrescentar valor suficiente a um produto para que as pessoas o queiram comprar, por outro lado é igualmente importante olhar para a pirataria e compreender as razões pelas quais às vezes os piratas são melhores a distribuir jogos do que as grandes companhias.
Outra revelação relevante foi a de que a própria GOG anuncia em muitos websites de torrents ou abandonware e alguns deles geram muito tráfego de qualidade:
Algumas das maiores fontes de tráfego do GOG.com são websites de torrents e abandonware. E sabem que mais? O tráfego gerado por estes websites resulta em mais compras do que o tráfego recebido por exemplo do motor de busca da Google. A primeira vez que estas pessoas conheceram a GOG.com foi precisamente quando estavam a sacar cópias ilegais de jogos que nós vendemos e eles acharam a nossa oferta tão boa que criaram uma conta e acabaram por comprar o jogo.
Fontes: Gamer’s Mint, pikiGeek,
Opinião do Gaming Portugal:
A posição da CD Projekt não é única, há pouco tempo Gabe Newell o co-fundador da Valve revelou uma posição semelhante relativamente à pirataria. De facto é um pouco estranho ainda existirem tantas companhias que fazem de tudo para impedir que os seus jogos sejam pirateados, porque no fundo isso é inevitável.
Na realidade, muitas companhias, marcas e sagas de videojogos ganharam popularidade também com a ajuda da força da pirataria, isso é inegável. Talvez o primeiro grande erro tenha sido, lá está, encarar a pirataria como uma “inimiga mortal” em vez como um género de “concorrente de mercado“.
Hoje existem indícios óbvios de que a pirataria irá diminuir no mundo dos videojogos:
- 1. Isso acontece em parte devido à crescente importância dos modos online nos videojogos, ou seja, quem quer jogar online sem problemas não tem outro remédio senão comprar original;
- 2. E devido à distribuição digital que se estabeleceu para já no mercado do PC, mas que começa a marcar presença também nas consolas. Neste caso o processo de compra->instalação->jogar é tão agilizado que muitos gamers esquecem a cópia pirata evitando desta forma o trabalho e tempo dispendido que seria necessário para a jogar.
O estrondoso sucesso da Steam é uma prova de que um serviço de qualidade e com preços acessíveis pode afastar os gamers das cópias ilegais.
Se é verdade que a pirataria é ainda hoje um problema, também é verdade que muitas companhias estão mais preocupadas em combatê-la do que em oferecer aos gamers mais valias que justifiquem a escolha do original em detrimento da cópia ilegal.
Última atualização: Novembro 26, 2011 às 15:43
Diogo Mota
O Diogo é o organizador, todo o conteúdo do website passa de uma forma ou de outra pelas suas mãos, ele certifica-se que os padrões de qualidade são sempre altos e se a Gaming Portugal é hoje uma máquina relativamente bem oleada, isso acontece em grande parte graças ao seu trabalho.