Na origem do artigo estão algumas declarações oficiais da Nintendo proferidas por Reggie Fils-Aime (presidente e CEO da Nintendo América) que pretende distanciar-se dos tais “Criadores De Garagem“. Apesar de ele ter distinguido os “Criadores De Garagem” de “Produtoras Independentes” a realidade é que os dois são indissociáveis.
Em algumas indústrias por vezes existem também momentos em que elas retornam às bases e aqueles que foram responsáveis pela sua criação e consequente crescimento, voltam a ganhar o protagonismo que tiveram no passado. É exactamente isso que começa a acontecer com os jogos de produtoras independentes cuja popularidade tem crescido exponencialmente nos últimos anos e muitas dessas produtoras tiveram o seu início precisamente em garagens.
Em qualquer área a independência abre caminho à originalidade e projectos cada vez mais interessantes. Com as plataformas móveis a conquistarem o seu espaço e o PC e as consolas a contribuírem para a divulgação dos jogos independentes, é de esperar que o futuro seja promissor. Talvez apercebendo-se disso algumas das grandes marcas como a Nintendo comecem a dar mostras de algum receio, pois à medida que os independentes vão ganhando força, maior é a probabilidade para que mais cedo ou mais tarde se transformem em concorrentes de mercado incómodos.
Se há uma palavra que caracteriza bem esta nova explosão de popularidade dos jogos independentes ela é “qualidade“. Para além de uma maior liberdade, nós temos a sensação que existe mais paixão na criação de um jogo e apesar dos inúmeros obstáculos orçamentais, no final do dia isso traduz-se em jogos que são uma autêntica “lufada de ar fresco” no mundo dos videojogos.
São equipas pequenas, com menos dinheiro mas que beneficiam como é óbvio de um mundo tecnologicamente mais evoluído. Hoje é muito mais fácil dar forma a um jogo do que era há 20 anos atrás, os programadores têm à sua disposição uma parafernália de ferramentas que no passado não existiam.
A forma como alguns jogos têm sido recebidos pela crítica e “abraçados” por gamers de todo o mundo é um excelente indicador da transformação de uma indústria que costuma ser predominantemente dominada pelos chamados “blockbusters”. Seja nas consolas, PC ou plataformas móveis, parece que até os jogadores mais casuais aprenderam a avaliar um jogo no seu todo, resumindo-o à capacidade que ele tem para os divertir.
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É claro que os grandes jogos vão continuar no “palco principal” e o domínio das companhias mais fortes não vai diminuir tão cedo. Porém isso não significa que as produtoras independentes ou os “criadores de garagem” vão deixar de ter o seu espaço. Muito pelo contrário, haverá sempre um ou outro jogo independente a intrometer-se e a roubar para si algum protagonismo.
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É sempre agradável assistir a uma mudança e ver a qualidade a ser premiada. Já o dissemos várias vezes aqui no Gaming Portugal que a indústria não é só feita de grandes jogos com orçamentos milionários, é por isso que o mercado dos jogos independentes tem vindo a crescer e a ser tão bem sucedido.
Última atualização: Junho 26, 2012 às 19:42