O cloud gaming já é “o presente” no mundo dos videojogos e com a sua crescente popularidade, será que ele é mesmo o futuro?
Jogar na “cloud” é uma realidade e a experiência de “jogar na nuvem” aproxima-se de tal forma da experiência de jogar localmente um videojogo, que hoje em dia ela é uma alternativa perfeitamente válida.
O facto de não precisarmos de instalar os nossos videojogos e podermos jogá-los quase instantaneamente na nuvem é, sem dúvida alguma, um dos pontos mais forte destes serviços.
Isso não significa que não existem as desvantagens naturais de recorrer a um serviço que “vive e respira” Internet, mas apesar disso a acessibilidade e conveniência da nuvem não tem sequer paralelo na indústria.
É por esta razão que alguns jogadores questionam:
“Será que o “cloud gaming” vai substituir as consolas e os PC’s de gaming?
É sempre difícil prever o futuro e certamente esta não é uma questão de resposta simples. O que podemos fazer é olhar para o passado e tentar obter, pelo menos, um vislumbre do que poderá acontecer no futuro.
Sabemos que a indústria dos videojogos é acima de tudo resiliente e adaptável. Talvez os mais novos não se recordem, mas houve uma altura em que a “morte do gaming no PC” foi anunciada.
Há várias décadas atrás foram muitos os especialistas a acreditarem que a hegemonia das consolas iria acabar com os videojogos no computador.
Mas as previsões catastróficas nunca se tornaram uma realidade, muito pelo contrário, o mercado de videojogos nos computadores ganhou um novo fôlego graças a plataformas de distribuição digital como a Steam e está, talvez, mais relevante do que alguma vez esteve.
Curiosamente seriam as consolas a perceberem o enorme potencial do PC de gaming moderno e a adotarem muitas das suas caraterísticas.
Extremamente adaptáveis, elas também perceberam que teriam de “abraçar” a distribuição digital que também se tornou uma realidade para todas elas.
Tanto o computador de gaming como as consolas não tiveram receio de evoluir e de se adaptarem às necessidades dos jogadores.
É por isso expectável que o mesmo aconteça com o “cloud gaming”, que é como quem diz, não será uma surpresa que ele passe a fazer cada vez mais parte do ecossistema do PC de gaming ou das consolas.
Mas será isso uma boa ideia?
Ora aqui está uma pergunta para qual a resposta é bem mais simples: NÃO!
Por mais que nós próprios gostemos da conveniência e acessibilidade do “cloud gaming”, estamos conscientes que depender de serviços para jogar videojogos resulta demasiadas vezes em problemas.
Mais importante, o acesso aos videojogos que adquirimos vai ficando ainda mais limitado do que já está.
A realidade é que, recorrendo à maioria das plataformas de distribuição digital, nós já nem sequer compramos videojogos mas sim licenças para podermos jogar esses videojogos nas respetivas plataformas.
Junte-se a isso o “cloud gaming” e é razoável prever que o nosso acesso a videojogos poderá ficar ainda mais limitado no futuro.
Hoje em dia para podermos jogar videojogos na nuvem precisamos de:
- Ser proprietários legítimos desses videojogos numa plataforma de distribuição digital;
- Ser subscritores de um serviço de “cloud gaming”;
- Ou ser subscritor de um serviço de “cloud gaming” que já inclua acesso gratuito a um catálogo de videojogos sem necessidade de termos de os comprar.
Neste momento a 3ª opção só é disponibilizada pelo Xbox Cloud Gaming, cuja subscrição “Ultimate” nos permite jogar um grande número de videojogos na nuvem sem necessidade de os comprarmos.
Nos restantes serviços precisamos mesmo de ser proprietários dos jogos nas plataformas de distribuição digital compatíveis, para podermos jogar as suas versões na nuvem.
No nosso comparador oficial dá para perceber que não existem muitos grandes “players” neste mercado. No entanto o potencial de crescimento do “cloud gaming” é enorme.
Não sabemos o que as grandes companhias pretendem fazer no futuro, talvez apostem mais nas plataformas atuais ou, quem sabe, poderão considerar oferecerem elas próprias a alternativa de comprar e jogar as versões “cloud” dos seus videojogos.
Por agora os recursos e a infraestrutura necessária para correr um serviço de “cloud gaming” com sucesso parecem ser consideráveis e não é por acaso que existem poucas companhias a fazerem-no.
A NVIDIA é a mais bem sucedida, mas o que é certo é que até o fantástico GeForce Now já começou a estabelecer limites para o seu serviço.
Ter um serviço de “cloud gaming” que seja capaz de manter um elevado nível de qualidade e de ser simultaneamente rentável, não deve ser tarefa fácil.
Mesmo assim, com a evolução tecnológica, é expectável que as grandes companhias considerem oferecer os seus próprios serviços na nuvem “cortando intermediários”. Atualmente parece que será mais tarde do que cedo, mas neste mundo em constante evolução nunca se sabe.
Mas o que isso significa?
Se hoje em dia o utilizador de uma plataforma de “cloud gaming” já não está restrito a uma só plataforma local, no futuro isso poderá ser ainda mais acentuado.
É possível que as plataformas de gaming locais percam relevância no futuro, aliás há quem diga que será um acontecimento natural.
É claro que isso não significa a morte do PC de gaming ou das consolas, mas certamente as companhias vão voltar a adaptar os seus produtos às necessidades dos jogadores e talvez isso resulte num maior foco em software do que propriamente em hardware.
Isto quer dizer que, no futuro, em vez de falarmos de Playstation, Xbox ou Nintendo enquanto consolas, podemos falar delas apenas enquanto aplicações de gaming que poderão ser instaladas em múltiplas plataformas (telemóveis, televisões, tablets, computadores etc…).
A má notícia é que, infelizmente, poderá ser um futuro no qual as consolas se vão transformar em serviços de subscrição.
Vai acontecer mesmo assim?
Na nossa opinião há uma probabilidade para que sim. No entanto com a crescente aversão do grande público a serviços de subscrição, talvez haja uma mudança de rumo.
Mas o que é certo é que durante os últimos 10 anos nós assistimos a um aumento de qualidade assinalável nas plataformas de “cloud gaming”.
Jogar na nuvem é hoje uma alternativa viável e próxima o suficiente da experiência local para deixar os clientes satisfeitos.
Essa qualidade só deverá melhorar com o tempo e isso poderá significar mudanças profundas na indústria dos videojogos num futuro cada vez mais próximo.
Só o tempo dirá se elas serão positivas ou negativas.
Última atualização: Março 13, 2025 às 12:14