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Tinykin – Análise

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Tinykin foi um projeto que me chamou à atenção assim que foi anunciado ou não fosse eu um grande fã do “franchise” Pikmin. As semelhanças nas mecânicas de jogo e o interessante trabalho artístico prometiam, mas será este jogo merecedor do seu “lugar ao sol” dentro do género?

Não é fácil homenagear grandes clássicos enquanto simultaneamente se tenta oferecer uma experiência fresca e moderna. Tinykin tinha um trabalho árduo pela frente porque o “franchise” Pikmin é adorado por fãs de todo o mundo ao longo de gerações.

No entanto, se tivermos em conta a tecnologia e recursos à disposição até dos estúdios mais pequenos nos nossos dias, a tarefa de homenagear um clássico está ao alcance de qualquer equipa dedicada e apaixonada pelo seu projeto. Não tenho dúvidas de que Tinykin é um desses projetos, um jogo despido de pretensiosismos que tem perfeita noção do que é e do espaço que pretende ocupar.

Tinykin Screenshot

Nele nós vestimos a pele de Milodane, um jovem arqueologista e investigador que nunca acreditou na história de que a humanidade teve origem no seu planeta natal chamado Aegis. Por isso mesmo ele dedicou grande parte da sua vida a tentar descobrir a verdadeira origem da humanidade até que subitamente encontrou um sinal no espaço com origem no planeta Terra.

Mas ao chegar à Terra Milodane apercebe-se que é pequeno demais, que as pessoas desapareceram do planeta e imagine-se, que o tempo parou em 1991. Agora ele precisa de descobrir o que se passa no planeta, porque razão a sua dimensão é tão reduzida e o que são estes curiosos “tinykins” que o seguem e ajudam-no ao longo da sua jornada.

A história é bastante simples mas há um elemento de mistério ao longo de toda a aventura que ajuda a suportá-la. Para além disso um trabalho de grande qualidade no departamento artístico confere personalidade seja ao Milodane; aos cenários; às outras personagens e aos pequenos “tinykins”.

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Aliás eu diria mesmo que o jogo é um autêntico regalo para os olhos e um dos seus pontos fortes está precisamente na qualidade da arte. Consegue-se perceber que Tinykin é um projeto de paixão no qual a equipa artística teve liberdade para dar largas à imaginação. O mundo é vibrante; colorido; engenhoso e assemelha-se a um desenho animado em movimento.

A mistura dos elementos 2D com cenários tridimensionais também está muito bem conseguida e como se isso não bastasse todas as áreas do jogo estão recheadas de segredos e inúmeros itens colecionáveis. Outra particularidade interessante é o facto de não haver qualquer violência no jogo, pelo contrário passamos a maior parte do nosso tempo a resolvermos puzzles e a tentarmos descobrir todas as áreas para reunirmos os itens colecionáveis.

A jogabilidade é simples e à semelhança do que acontece com Pikmin, também em Tinykin nós damos ordens a pequenas criaturas cuja utilidade é definida pela sua cor. Por exemplo existem “tinykins” que têm muita força e são ideais para trabalhos pesados, outros que podem explodir e abrir caminhos difíceis e por aí fora.

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É uma mecânica de jogabilidade nostálgica especialmente para quem jogou muito os títulos do “franchise” Pikmin como é o meu caso. É claro que no caso do Tinykin é uma abordagem muito mais simplista, mas o que é certo é que a mecânica de jogo está lá.

A mistura dos elementos 2D com os 3D também resulta numa jogabilidade com alguns toques de originalidade. Por exemplo nós nunca vemos as costas do Milodane porque ele é efetivamente uma personagem 2D num cenário tridimensional.

Nada disso é no entanto um problema, pelo contrário atravessar níveis é muito fácil, tal como é controlar os muitos “tinykins” que nos acompanham. A jogabilidade não é propriamente desafiante mas tem um bom nível de precisão e uma mecânica na qual podemos deslizar em cima de um sabão permite-nos explorar os níveis com maior velocidade e estilo.

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Já no que diz respeito à longevidade estamos perante um jogo extremamente curto e que é possível completar numa só sessão de jogo em pouco mais de três horas. Junte-se a isto o facto da experiência ser divertida e esse tempo passa incrivelmente rápido. Gostaria que ele tivesse sido um pouco mais longo porque acredito que a história poderia ser mais explorada e sobretudo porque o final abre o caminho para um segundo jogo.

Os itens colecionáveis são uma “boia de salvação” porque servem de incentivo para explorarmos os níveis extensivamente se os quisermos completar a 100%, o que por sua vez aumenta um pouco mais a longevidade. Mesmo assim não é o suficiente e em boa verdade, resolver puzzles e apanhar itens colecionáveis para completar uma área a 100% não é uma tarefa desafiante.

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No entanto e apesar destes problemas Tinykin é tecnicamente um jogo de grande qualidade e tudo desde a apresentação; passando pela jogabilidade; grafismo e banda sonora está claramente acima da média.

Embora curto, este jogo prendeu-me por completo ao ecrã assim que o comecei a jogar e foi uma experiência única porque me trouxe nostalgia e me fez recordar como o “franchise” Pikim foi de facto espetacular.

Mas Tinykin é muito mais do que uma homenagem, é também um videojogo de qualidade e uma experiência divertida deste do primeiro até ao último minuto. Seja no PC ou nas consolas não tenho dúvidas de que apesar da sua curta duração, este é um daqueles raros jogos que vale cada cêntimo do seu preço.

Última atualização: Novembro 8, 2022 às 21:01

Glorioso e nostálgico

Tinykin foi uma agradável surpresa. Visualmente deslumbrante e com uma jogabilidade simples e divertida, ele conseguiu prender-me do principio ao fim. A sua curta duração pode ser contornada pela procura dos itens colecionáveis e o seu nível de diversão acaba por compensar bem as suas falhas. Mal posso esperar pelo próximo jogo e não me importava nada se Tinykin se transformasse num "franchise".

8.3
Recomendado:
8.3
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Paulo Figueiredo

O Figueiras é um elemento fundamental da Gaming Portugal e a figura mais respeitada da equipa. A sua vida atarefada impede-o de acumular uma posição de maior destaque. A sua participação na Gaming Portugal é motivada principalmente pelo gosto por gaming e dá-lhe um prazer especial saber que nesta casa a “independência” é uma característica definidora.

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