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Train Station Renovation: Opinião

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No Train Station Renovation nós somos funcionários de uma empresa especializada na reparação de estações ferroviárias velhas e danificadas. Depois de uma jornada no “acesso antecipado” o jogo foi lançado oficialmente no passado dia 01 de Outubro e nós fomos descobrir se ele tem o que é preciso para se destacar dentro do género.

Parece que os simuladores nunca estiveram tanto na moda e dentro deste género de jogo existe um subgénero que tem vindo a ganhar popularidade ao longo dos tempos. Nós chamamos estes jogos de “simuladores de renovações” que são essencialmente experiências de jogo nas quais nós temos de limpar, pintar e por vezes até reconstruir todo o tipo de estruturas e edifícios.

O House Flipper é talvez um dos maiores casos de sucesso neste subgénero e “Train Station Renovation” encaixa-se mais ou menos nos mesmos moldes, muito embora seja uma experiência distinta.

Neste jogo nós vestimos a pele de um funcionário de uma empresa especializada em renovações de estações ferroviárias velhas e danificadas. Cabe ao jogador fazer um pouco de tudo, desde limpar; tapar buracos; decorar; reparar carris; pintar; até remover lixo tóxico e ao final do dia o que se quer é uma estação ferroviária limpinha e pronta a ser utilizada.

A apresentação

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A aventura pelo mundo das renovações de estações ferroviárias começa de forma muito simplista. Não há qualquer história, afinal de contas é de um simulador que estamos a “falar“, e como qualquer outro jogo do género a história é um elemento quase irrelevante.

Quando mais não seja existe um pequeno enquadramento no qual escolhemos o nome da nossa empresa e de seguida somos transportados para o escritório a partir do qual damos início às missões e podemos gerir os “upgrades”.

Train Station Renovation” não é um jogo complicado, pelo contrário um breve tutorial no início do jogo é tudo o que necessitamos para percebermos as mecânicas. Para quem jogou por exemplo o “House Flipper” existirá uma familiaridade agradável e uma adaptação muito fácil.

A jogabilidade

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Toda a experiência decorre na perspectiva da primeira pessoa, no nosso caso nós utilizámos o habitual “setup” teclado + rato. Os controles são simples, à nossa disposição temos inúmeras ferramentas como um pé de cabra; vassoura; esponja e todo um conjunto de ferramentas que servem para auxiliar o trabalho de limpeza e renovação das estações ferroviárias.

A jogabilidade divide-se em duas componentes;

  1. o trabalho de limpeza;
  2. o trabalho de remodelação e renovação.

O trabalho de limpeza é geralmente extenso porque as estações ferroviárias são sempre abandonadas o que resulta numa acumulação considerável de lixo. Para auxiliar o trabalho de limpeza nós podemos comprar contendores nos quais podemos depositar esse tal lixo e pagar pela sua remoção. Existem dois contentores à nossa disposição: um para lixo indiferenciado e outro no qual é possível separar o lixo para efeitos de reciclagem e através do qual podemos ganhar dinheiro se separarmos correctamente esse mesmo lixo.

O trabalho de limpeza é extenso neste jogo e tem pormenores interessantes, por exemplo à medida que vamos apanhando o lixo o mesmo vai ficando armazenado em sacos que por sua vez nós devemos colocar no contentor próprio.

À medida que vamos progredindo no jogo também o volume de trabalho vai aumentado, por exemplo há alturas em que temos de lidar com lixo tóxico que tem outro tipo de regras e não só deve ser armazenado em local próprio como nós necessitamos de usar um fato de protecção para podermos lidar com ele.

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O trabalho de renovação envolve inúmeras tarefas: desde reparar janelas ou tomadas; passando pela reparação e pintura de paredes; também podemos mobilar; resolver problemas de inundações e mais.

A componente de renovação no entanto não é tão extensa e completa como acontece no “House Flipper, por exemplo neste jogo nós não podemos destruir e reconstruir paredes. Uma pequena limitação é verdade, mas que pode fazer a diferença para os jogadores mais exigentes.

É claro que existem semelhanças positivas, “Train Station Renovation” também possui uma jogabilidade de natureza relaxante. Tal como acontece com o “House Flipper” há uma tranquilidade na realização de tarefas mundanas (mesmo que em ambiente virtual) e que obrigam à repetição, aliás talvez seja por isso que ambos os jogos têm uma natureza viciante. Afinal quem é que não gosta de relaxar?

O grafismo

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Visualmente estamos perante um jogo algo “cinzento” e com uma representação realista de locais e objectos. Este visual enquadra-se bem na temática das estações ferroviárias abandonadas que embora sejam fascinantes, regra geral não são conhecidas por serem muito apelativas ao olhar.

É uma escolha compreensível e que oferece realismo para a temática em questão, mas nós gostaríamos de ter visto algo mais polido no departamento gráfico e principalmente um trabalho artístico que separasse este título da concorrência.

Mas não é isso que acontece, as ferramentas; as estruturas; os objectos e até os próprios efeitos visuais, apesar de serem realistas, são demasiado rudimentares. Não se trata de um problema dramático que afecte negativamente a experiência de jogo, mas de qualquer maneira impede-o de rivalizar com os seus principais concorrentes.

A profundidade da experiência

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Quando mencionamos a “profundidade da experiência” estamos a referir-nos ao que podemos fazer e principalmente o que não podemos fazer num videojogo. Há muito para explorar no conceito de limpeza/renovação mas o que não existe neste jogo em particular é “reconstrução” a sério.

Podemos reparar paredes mas não as podemos deitar completamente abaixo e reconstruí-las como quisermos, desta forma não podemos fazer uma remodelação profunda do interior dos edifícios. Aumentar uma divisão ou eliminá-la por completo seria uma adição muito bem vinda e nós esperamos que eventualmente um DLC traga consigo essa novidade.

Quem jogou o “House Flipper” vai sentir falta dessa liberdade e nem mesmo o facto de a limpeza ser um elemento explorado com mais atenção no “Train Station Renovation” consegue apagar esse sentimento.

Gostaríamos de ter visto mais liberdade na remodelação e também de um maior número de elementos na parte da renovação mobiliária (bancos; cadeiras; elementos de casa de banho etc…). Lá está, são mais uma vez detalhes que não afectam negativamente a experiência mas seriam uma contribuição importante para a sua longevidade.

Mas desenganem-se aqueles que julgam que estas críticas significam que há pouco para fazer em “Train Station Renovation“. Pelo contrário o jogo até é uma experiência relativamente robusta, há sempre muito para fazer em cada uma das estações ferroviárias e especialmente para os jogadores obcecados por completarem 100% dos trabalhos existem muitos desafios interessantes na procura pela perfeição.

Simplicidade, relaxamento e solidez

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Fazendo jus a este peculiar género de “simulação de renovações“, “Train Station Renovation” é uma experiência relaxante e divertida. O jogo possui muitas das qualidades que popularizaram este género e é uma excelente aquisição principalmente para aqueles que apreciaram um jogo como o “House Flipper“.

Embora este título não explore a fundo os elementos de renovação, é uma abordagem interessante no que diz respeito aos elementos de limpeza e quando mais não seja é uma experiência fresca para quem aprecia este estilo de jogo.

Última atualização: Março 28, 2024 às 07:08

Uma boa experiência dentro do género!

Train Station Renovation não surpreende e embora tenha algumas falhas não deixa de ser um título sólido e uma experiência divertida e mais uma excelente adição a um género que vai revelando cada vez mais promessa.

8.2
Recomendado:
8.2
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Helder Sousa

Adepto do ar livre e dos desportos radicais, nós nunca sabemos se no próximo fim-de-semana ele não irá longe demais, levando a equipa a ficar com um elemento a menos. Quer dizer, o exercício é uma coisa boa, mas quando isso envolve quedas de grandes alturas ou escaladas perigosas, talvez seja melhor ficar em casa a jogar videojogos.

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Helio Costa

O nosso editor-chefe. encarrega-se de gerir toda a equipa. Para além de escrever para o website ele é responsável pela verificação de conteúdo e por corrigir muitas das falhas que nós cometemos quando queremos trabalhar rápido demais.

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