A história do jogo apresenta-nos uma espécie alienígena que tenta sustentar uma tecnologia de clonagem importantíssima que lhes garante um género de imortalidade. Numa visita ao nosso planeta terra um desses alienígenas acaba capturado e nós vestimos a pele de “Crypto” cuja missão é salvar o colega e colectar dos cérebros dos humanos o DNA Furon que é fundamental para a sua tecnologia.
A história é uma paródia ao final dos anos 50 nos Estados Unidos numa altura em que se falava muito sobre a possibilidade de invasões alienígenas. Há um registo humorístico forte ao longo de toda a experiência e essa foi uma das razões pelas quais o jogo original foi bem recebido em 2005.
Estamos perante uma remasterização do jogo original, isso significa que na sua essência estamos perante o mesmo jogo de 2005 embora agora em 2020 ele tenha sofrido mudanças significativas para se adaptar aos nossos tempos.
Como seria de esperar o grafismo sofreu uma melhoria significativa. Embora a essência do original se mantenha intacta, esta remasterização conta com toda a qualidade gráfica proporcionada pelo impressionante Unreal Engine 4 e o resultado final é de facto francamente bom.
Este Destroy All Humans! de 2020 é um autêntico regalo para os olhos. Os cenários são belíssimos, as animações estão muito boas e tudo desde as personagens passando pelos veículos e edifícios está com uma qualidade acima da média e ao nível de qualquer outro jogo de ação na terceira pessoa atualmente disponível no mercado.
Artisticamente esta versão moderna é também muito mais detalhada e no geral toda esta evolução visual até ajuda a contar melhor a história.
Uma boa remasterização deve ser sempre fiel ao jogo original, pelo menos no que diz respeito às bases, e deve ser sempre capaz de trazer consigo melhorias de jogabilidade até porque os recursos à disposição alguns anos mais tarde são completamente diferentes.
Esta nova versão do Destroy all Humans! joga-se mais ou menos como o primeiro jogo mas existem diferenças importantes como o “multitasking” na medida em que já não é necessário decidir entre extrair cérebros, disparar armas ou levantar objectos, pelo contrário nesta nova versão é possível fazer tudo ao mesmo tempo e isso torna a experiência mais divertida e dinâmica nesta versão.
Também contribui para isso uma habilidade nova que permite que os humanos nos sigam e lutem por nós e o facto de podermos continuar a saltar e a apanhar itens mesmo quando estamos em modo “Holobob” (projectar uma ilusão de um humano à volta da nossa personagem para podermos passar despercebidos no meio de outros humanos).
A habilidade de podermos transformar objectos em munições que está presente no segundo jogo do “franchise” foi também adicionada nesta remasterização (o jogo original não possui) e para além disso o número de upgrades (armas, escudos, poderes etc…) foi aumentado de 18 para 66 o que não é nada mau.
Como se isso não bastasse as missões agora têm objectivos bónus que podem ser completados para recebermos mais DNA Furon e o movimento é agora mais flexível e pode ser melhorado também com upgrades.
Finalmente esta nova edição de 2020 possui também uma nova missão chamada “The Wrong Stuff”.
Tudo desde os efeitos sonoros, passando pelas as vozes das personagens e os diálogos reflectem o sentido de humor do jogo. A inspiração terão sido os grandes clássicos do cinema que exploraram precisamente esta temática das invasões alienígenas.
A banda sonora é exuberante o quanto baste e contribui para a imersão. A voz de “Crypto” é icónica e combina na perfeição com a sua personalidade irreverente, aliás alguns dos momentos mais memoráveis do jogo são as suas interacções com o seu chefe no qual ele quase sempre sugere a violência como a melhor saída para a resolução dos seus problemas.
Os efeitos sonoros das explosões e das armas são muito bons e tornam a destruição da humanidade ainda mais divertida e recompensadora. No geral e tal como acontece no jogo original, também nesta remasterização o som complementa a experiência.
Destroy All Humans! é o exemplo perfeito de como deve ser feira uma remasterização. O truque é permanecer fiel à experiência original e expandi-la o máximo possível sem a descaracterizar. Não é uma tarefa fácil mas foi com satisfação que constatámos que neste jogo em particular isso foi conseguido.
A evolução gráfica é muito boa porque não se trata de um mero upgrade de resolução e texturas, é também uma evolução do trabalho artístico que permite explorar todo o potencial deste jogo no departamento visual.
A jogabilidade também foi melhorada e adaptada aos nossos tempos, agora tudo se processa com maior fluidez o que por sua vez contribui para uma experiência ainda mais recompensadora nesta área.
É claro que nem tudo é perfeito e nós gostaríamos de ter visto, por exemplo, uma maior expansão da experiência no modo em que controlamos o disco voador. Controlar um disco voador e destruir tudo o que se encontra a nossa volta é sempre uma experiência divertida, porém nós gostaríamos de ter visto uma maior liberdade de movimentos.
Desde já é importante que fique claro que a remasterização de Destroy All Humans! não é um colosso dentro do género de ação 3D e até o seu preço de 30€ é um indicador disso mesmo. Aqui não existe nenhum conceito revolucionário nem nada que seja muito surpreendente.
Quem jogou o original e ainda se recorda bem deste jogo vai ter a oportunidade para viajar no tempo e recordar alguns momentos hilariantes. Em adição também poderá desfrutar mais da experiência graças a todas as melhorias implementadas na jogabilidade.
Já para quem nunca o jogou este jogo poderá ser uma surpresa agradável, não só por ser visualmente deslumbrante mas também porque é um jogo com “princípios à antiga” que faz uso da simplicidade e não ambiciona ser mais do que uma experiência divertida.
Destroy All Humans! em 2020 mantém as qualidades do original e expande a experiência o suficiente para merecer um olhar mais atento.
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