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Brook Vivid – Análise

Nos dias de hoje todos nós procuramos não só por um bom comando como também um preço acessível, muitas opções de costumização e compatibilidade com múltiplas plataformas. Pois bem, o Brook Vivid cumpre todos estes requisitos, mas será que tem qualidade suficiente para merecer a compra?

É muito fácil adquirir os melhores comandos para as principais plataformas e de facto, quer seja o DualSense da PS5; o comando da Xbox ou o Pro Controller na Nintendo Switch, todos têm uma coisa em comum: são comandos de grande qualidade.

No entanto os seus preços não são propriamente “amigos da carteira” e regra geral nós jogadores precisamos de mais comandos em casa. É a partir deste momento que “as outras marcas”, como é o caso da Brook, que se dedicam à criação de acessórios e periféricos, ganham maior relevância.

A Brook está longe de ser uma novata no mercado, pelo contrário eles têm desenvolvido ao longo dos anos inúmeros produtos na área dos videojogos e recentemente nós tivemos a oportunidade de meter literalmente “as mãos em cima” do Brook Vivid, um comando multiplataforma sem fios compatível com o PC; Nintendo Switch; Android e iOS.

Jogar videojogos em telemóveis é cada vez mais popular e o Brook Vivid faz questão de estar preparado para os dois sistemas que dominam o mercado, como se isso não bastasse, para jogadores de PC ou Nintendo Switch e idealmente para aqueles que possuem as duas plataformas, há aqui a oportunidade sólida para adquirirem um comando que funciona com todas elas.

Um breve unboxing

O Brook Vivid vem em duas cores, o azul claro (que foi o que nós tivemos acesso) e o amarelo. Ambas as cores são bastante suaves e tudo depende do gosto pessoal de cada um. Como podem ver pela imagem, na frente da caixa vem a informação das plataformas com as quais o comando é compatível.

No interior encontrámos:

  • Comando sem fios;
  • Um cabo USB-C;
  • Um suporte para o telemóvel;
  • 4 capas para os analógicos;
  • 2 autocolantes.

Não sabemos se os autocolantes estão incluídos para os compradores ou se foi apenas uma cortesia da marca, mas eles podem ser utilizados para conferirem mais alguma personalidade ao comando.

Fora da caixa ficámos com isto:

O suporte para o telemóvel era esperado visto o mesmo ser compatível com plataformas móveis, já as capas para os analógicos bem como os autocolantes não estávamos à espera. O cabo USB-C serve para carregar o comando bem como ligá-lo diretamente às plataformas e para realizar upgrades ao seu “firmware” sempre que necessário (o upgrade só pode ser feito com ligação ao PC).

Em suma, temos tudo o que necessitamos e mais qualquer coisa para nos fazer sorrir.

As especificações que interessam

Antes de continuarmos a nossa análise é sempre importante dar uma pequena vista de olhos às especificações para que os nossos leitores tenham completa noção do que este comando é capaz de oferecer.

  • Suporte
    • PC | macOS | iOS | Android | Switch

Este comando pode ser utilizado em todas as plataformas listadas sem qualquer problema. Como acontece com qualquer outro aparelho que usa a tecnologia Bluetooth, basta emparelhar o comando para começar a jogar.

  • Ligação
    • Bluetooth (10 metros)
    • Ligação com fio via cabo USB-C

O Bluetooth tem um alcance máximo de 10 metros que chega e sobra. Há também a opção de recorrer à ligação com fio e jogar com o comando ligado via USB à plataforma da nossa escolha. Naturalmente desafia um pouco o propósito de um comando sem fios, no entanto é bom saber que a possibilidade existe e na remota hipótese de termos problemas com ligações Bluetooth, o mesmo pode ser contornado com esta solução.

E sim, isto quer dizer que se porventura tu tens um PC sem Bluetooth é possível utilizar o comando ligado pelo cabo. Posteriormente podes comprar um adaptador Bluetooth de forma a não necessitares deste método. Nós recomendamos que o faças porque o cabo que vem com o comando é bastante curto.

  • Vibração
    • Pode ser ajustada até quatro níveis

A vibração costuma estar sempre presente neste tipo de comandos, no entanto o Brook Vivid disponibiliza 4 níveis de intensidade.

  • Capacidade
    • Lithium 650mAh
    • 10~12horas contínuas de jogo

A autonomia é boa e demora bastante tempo até que seja necessário realizar um carregamento. Mesmo na eventualidade de nos esquecermos de carregar e o comando desligar, existe sempre a opção de recurso de ligá-lo à plataforma com o cabo para continuarmos a jogar.

  • Tempo de carregamento
    • 3-4 horas

Por esta altura já estamos mais do que habituados a carregar comandos e outros aparelhos com frequência. Dava jeito que demorasse menos tempo a carregar mas não é um problema.

  • Peso e dimensões
    • 220 gramas
    • L155 x W98 x H60 mm

É um comando leve e, em comparação, ligeiramente mais pequeno do que o comando de Xbox One. A sua leveza não é muito preocupante mas denota alguma falta de robustez. Ou seja, não nos parece boa ideia deixar cair este comando.

A qualidade de fabrico

Quando não estamos a falar de grandes marcas, um dos nossos principais receios é a qualidade do fabrico. De facto, nos comandos mais baratos é habitual encontrarmos analógicos de má qualidade, botões com uma sensação péssima ao toque ou acabamentos que deixam muito a desejar.

A boa notícia é que, com exceção dos gatilhos (ZL e ZR) que não são analógicos e dos botões direcionais (D-pad), todos os outros botões têm uma qualidade acima da média. E no que diz respeito aos acabamentos, o plástico tem uma sensação ao toque semelhante aos comandos “premium” atualmente disponíveis no mercado.

Em boa verdade é importante referir que este comando não é o que se possa considerar um grande desafio no departamento do design, mas a realidade é que existem muitas marcas no mercado que nem com este nível de simplicidade conseguem acertar. O Brook Vivid é o contrário, é simples mas elegante e encaixa razoavelmente bem na mão.

Tudo seria perfeito não fossem os gatilhos ZL e ZR (equivalentes ao RT e LT do comando da Xbox) serem maus e o facto dos botões direcionais (D-pad) também não terem grande qualidade.

  • Gatilhos ZL e ZR

Pois é, estamos perante gatilhos que não são analógicos e como tal falta-lhes a suavidade para conseguirmos algum tipo de precisão, que é como quem diz, jogos que exigem precisão nos gatilhos (como é o caso de um títulos de corridas) não são uma boa experiência com este comando. É claro que é possível jogá-los até porque os botões estão lá para alguma coisa, no entanto a experiência fica uns bons furos abaixo daquela que temos com alguns dos comandos referência no mercado.

uma nota para os jogadores de Nintendo Switch:

A questão dos gatilhos não deverá fazer grande diferença para quem já tem o comando Pro Controller para a Nintendo Switch, visto este comando também não incluir gatilhos analógicos. Apesar disso a qualidade dos gatilhos do Brook Vivid é inferior aos do Pro Controller.

  • Botões direcionais (D-pad)

O D-pad também é outro dos pontos fracos deste comando. Nas movimentações básicas ele até nem se porta mal, mas é a partir do momento em que a movimentação exige mais diagonais ou combinações direcionais rápidas (como por exemplo em jogos de combates para a realização de ataques especiais) que os seus problemas se revelam. Por vezes é difícil realizar este tipo de movimentos no D-pad e em jogos de combates é muito habitual falharmos movimentos que nos comandos “premium” raramente falhamos.

Problemas nos gatilhos e D-pad invalidam a compra?

Depende, mas é inegável que existem aqui limitações.

  • Comprar o Brook Vivid como comando principal
    • Se fores um ávido fã de jogos de corridas então vais necessitar de gatilhos de qualidade (talvez nem um comando mas pedais e volante) e estarás limitado com este comando;
    • Se os jogos de combates são a tua cena também encontrarás limitações na utilização do Brook Vivid devido aos problemas no D-pad;
    • Na grande maioria dos jogos no entanto não deverás ter problemas.
  • Para o jogador de Nintendo Switch
    • A falta dos gatilhos analógicos não deverá ser tão chocante se já usarem o Pro Controller na consola, mas a diferença de qualidade no D-pad será percetível.
  • Comprar o Brook Vivid como comando secundário
    • Enquanto comando secundário os problemas nos gatilhos e no D-pad, embora incómodos, não são suficientes para lhe retirarem valor.

Como em todas as outras potenciais compras, tudo depende das nossas necessidades. Enquanto comando principal o Brook Vivid é uma escolha económica mas com limitações, enquanto comando secundário é uma boa alternativa a um preço acessível apesar das suas limitações.

A ligação na Nintendo Switch, PC e telemóveis

O Brook Vivid um comando multiplataforma que tem a Nintendo Switch como seu principal destaque. O funcionamento em todas as plataformas é semelhante e a tecnologia bluetooth garante que a ligação se resume a um simples emparelhamento.

Os botões X|A|B|Y têm a mesma disposição que os comandos da Nintendo, pelo que a compatibilidade é total e é possível jogar qualquer jogo na plataforma sem problemas.

Já no PC, cujos jogos estão na sua grande maioria preparados para o comando da Xbox, é necessário fazer uma inversão dos comandos. Tal como mostra a imagem de baixo:

A imagem da esquerda é a disposição do comando da Nintendo Switch, contudo com uma mudança podemos transformar o Brook Vivid num comando de Xbox como mostra a imagem da direita. A mudança é feita pressionado uma combinação simples de botões e o comando faz uma pequena vibração para indicar que a disposição dos botões foi alterada. Isto elimina a necessidade de ter de reconfigurar controles para o computador.

Para além disso no PC o comando é reconhecido como um comando de Xbox, o que significa que, com a mudança de disposição, é como se estivéssemos efetivamente a jogar num desses comandos.

Ficámos bastante satisfeitos com esta possibilidade e não encontrámos problemas de compatibilidade seja no PC, Nintendo Switch ou nas plataformas móveis.

As funcionalidades

Este comando traz consigo algumas funcionalidades interessantes que não só lhe adicionam valor como têm o potencial para melhorarem a experiência de jogo.

  • A função turbo
    • Pode ser ajustada em três níveis e é especialmente útil para eliminarmos a necessidade de carregarmos vezes sem conta num botão (o que contribui para um desgaste maior do periférico).
  • A função “macro”
    • Os o auxilio dos botões AR e AL localizados na parte de trás do comando (ver a imagem de cima), podemos facilmente gravar macros.
  • Função “shoot”
    • Isto permite-nos utilizar os botões AR e AL para baixarmos a sensibilidade dos analógicos, o que é muito útil em títulos que exigem uma grande precisão no movimento dos analógicos. Quando temos o modo “shoot” ativo, se premirmos o AL, baixamos a sensibilidade do analógico da direita e se premirmos o AR fazemos o mesmo com o analógico da esquerda.
  • A vibração
    • É possível ajustar a intensidade da vibração em 4 níveis ou até mesmo removê-la por completo.
  • Giroscópio
    • Tal como acontece com o comando da Nintendo Switch, também o Brook Vivid possui o seu próprio giroscópio que funciona muito bem.
  • Acorda a Nintendo Switch
    • Mais uma funcionalidade dedicada à Nintendo Switch que nos permite acordar a consola tal como fazemos com os comandos oficiais. É bem vinda.

Em suma, pode-se fazer muito com este comando que só está na sua plenitude quando é utilizado na Nintendo Switch, mas que não deixa de ser impressionante também nas outras plataformas. A função “shoot” é genial e muito útil em FPS’s nos momentos em que é necessária precisão e a função turbo ou as “macros” também são funcionalidades excelentes.

Os botões traseiros requerem alguma habituação mas até se encontram numa posição acessível.

A experiência após várias horas

O Brook Vivid não é um comando “premium” e apesar da sensação de toque ser razoável e encaixar bem nas mãos, ele não é tão confortável como os comandos referência na indústria.

A posição dos botões é muito semelhante à maioria dos comandos modernos, mas como ele é ligeiramente mais pequeno, a posição dos gatilhos e dos botões superiores não é tão perfeita como num comando “premium”.

Mesmo assim e depois de inúmeras horas de utilização intensiva ele revelou-se uma surpresa agradável. Nós até estávamos à espera de algum desconforto após sessões de jogo curtas mas isso nunca aconteceu. Nem o seu tamanho reduzido ou a posição estranha dos gatilhos e botões superiores, ou até mesmo os botões traseiros causaram desconforto.

Pelo contrário, a habituação ao comando foi imediata e as eventuais brincadeiras com as “macros” revelaram-se muito divertidas e úteis. Os analógicos são surpreendentemente bons e ainda bem que assim é porque desta forma é possível contornar os problemas com o D-pad e simplesmente usar o analógico.

Luzes e “luzinhas”

Uma das particularidades deste comando é facto de possuir iluminação LED. Na imagem podem ter um vislumbre do nível de iluminação quando o mesmo se encontra ligado por fio. A cor da iluminação no topo à volta do logo da Brooks pode inclusive ser mudada (8 cores disponíveis) ou até mesmo desligada.

Já os indicadores luminosos por baixo dão-nos uma indicação do nível de bateria e quando ela se aproxima do fim esses mesmos indicadores piscam para nos alertarem de que é necessário carregar o comando.

São pequenos pormenores e talvez a luz de topo seja considerada desnecessária por muitos jogadores, mas nós achamos que a iluminação dá-lhe um charme especial.

Brook Vivid foi uma agradável surpresa

Por esta altura já deu para perceber que embora esteja longe da perfeição este periférico foi uma surpresa agradável. No que a comandos de “segunda linha” diz respeito o Brook Vivid é de facto uma boa alternativa no mercado.

Para além do preço acessível, este comando é bastante robusto graças às inúmeras opções e funcionalidades que oferece. Poder utilizá-lo na Nintendo Switch e passar para o PC e plataformas móveis é tão simples como fazer um emparelhamento, a autonomia da bateria é boa; a maior parte dos botões tem qualidade e o nível e detalhe dos acabamentos é francamente bom.

De forma quase inesperada ele até consegue ser mais confortável do que nós alguma vez imaginaríamos que ele fosse, e mesmo após várias horas de utilização intensiva não registámos qualquer cansaço.

É claro que ao final do dia não o podemos comparar com os comandos “premium” e não temos ilusões no que diz respeito a fatores como o desgaste ou a durabilidade. Mas também acreditamos que a sua natureza multiplataforma, a qualidade geral e as muitas funcionalidades que oferece compensam os seus pontos fracos.

Saímos desta análise satisfeitos com este produto.

Brook Vivid - Análise

O Brook Vivid é uma excelente alternativa para quem procura por um comando multiplataforma simples de utilizar e com muitas funcionalidades à mistura. O seu preço acessível é atrativo e ficámos satisfeitos ao constatarmos que, apesar dos seus problemas, ele faz questão de valer cada cêntimo do seu preço. Ele já é um dos nossos preferidos!

7.5
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