O jogo conta-nos um pouco da história de Griselda que é a proprietária de uma loja de poções outrora famosa em todo o reino. Infelizmente o passar do tempo não foi fácil e hoje faltam-lhe clientes e sobretudo alguém que a possa ajudar.
É aí que surge a nossa personagem, um aventureiro que depois de uma aventura que quase termina em tragédia, é salvo pela Griselda. Agora cabe-nos a nós aprendermos todos os segredos sobre as criações de poções e voltarmos a tornar a loja de Griselda na mais popular de todo o reino.
Com este jogo estamos sobretudo perante uma experiência de gestão focada em automatismos, que é como quem diz, é importante criar poções e sobretudo estabelecer linhas de produção automatizadas capazes de satisfazerem as necessidades dos nossos clientes.
Está longe de ser um conceito original, pelo contrário eu diria que é um género cada vez mais popular no mundo dos videojogos. Para além de montarmos as linhas de produção para a criação das mais variadas poções, cabe-nos também reunir recursos necessários para a sua criação.
Reunir recursos é uma espécie de pequeno jogo de aventura no qual vamos vagueando pelo mundo e reunindo tudo o que conseguirmos. Quando saímos para a aventura vamos sempre munidos com algumas ferramentas que nos permitem reunir recursos diferentes, por exemplo a picareta obviamente serve para minar, o machado para cortar árvores e por aí fora.
Digamos que reunir recursos não é propriamente uma tarefa desafiante ou divertida e embora exista uma progressão de habilidades pelo meio, acredito que para alguns jogadores pode ser aborrecida. É talvez uma área que poderia ser mais trabalhada e a equipa de desenvolvimento tem planos para adicionar mais atividades. Por agora pode-se dizer que cumpre o seu papel.
Depois de criarmos poções resta-nos colocá-las à venda na loja e todo o dinheiro que conseguirmos poderá depois ser utilizado para expandirmos ainda mais a nossa operação.
No início a experiência é bastante simples e um tutorial encarrega-se de nos explicar as bases, mas não demora muito tempo até que se torna necessário expandir as operações e é a partir desse momento que tudo fica um pouco mais complexo e desafiante.
A criação de poções tem as suas complexidades, especialmente quando o objetivo é a criação de poções de maior qualidade que são vendidas a preços mais elevados. Por outro lado também é verdade que um jogador pode conscientemente dedicar-se apenas ao estabelecimento de uma opção gigantesca de poções básicas e também consegue lucrar dessa forma, no entanto o jogo torna-se muito mais interessante e desafiante quando se procura a perfeição com níveis de destilação perfeitos e por aí fora.
Talvez para os jogadores mais exigentes o nível de complexidade não seja satisfatório, mas na minha opinião e atendendo ao facto do jogo se encontrar em “acesso antecipado” ele é francamente bom.
O que é certo é que sejas um jogador veterano ou um novato do género, vais encontrar divertimento neste tipo de experiência principalmente se apreciares o cenário de fantasia.
The Magical Mixture Mill não é um jogo exigente do ponto de vista gráfico, qualquer computador de gama média/baixa terá condições para o correr. Dito isto, o trabalho do ponto de vista artístico é muito interessante e o mundo mágico que nos rodeia e as personagens estão muito bem desenhadas.
A qualidade deste trabalho é mais notória quando partimos em aventura à procura de recursos. O mundo é rico em cores e alguns cenários são de facto belíssimos e estão muito bem desenhados. A temática de fantasia torna também os visuais divertidos e quando finalmente temos uma fábrica de grande dimensão a funcionar damos de caras com um caos visual mágico mas recompensador.
Eu gostaria no entanto que houvesse mais para fazermos quando exploramos o mundo à procura de recursos e é talvez um elemento no qual a equipa de desenvolvimento poderia apostar.
No que diz respeito à banda sonora as músicas adaptam-se bem ao género, transmitem a magia e diversão que o jogo consegue proporcionar e estão em harmonia com todos os elementos do jogo. Não é uma banda sonora impressionante mas cumpre bem a sua função.
Já os efeitos sonoros foram uma agradável surpresa, quando colocamos a nossa fábrica em funcionamento dá um gosto enorme ouvir os sons dos vários aparelhos a trabalharem e principalmente quando as poções são criadas. O mesmo acontece quando estamos em aventura a reunir recursos, dá gosto de ouvir quer seja a cortar árvores, a minar ou em qualquer outra atividade.
Para mim o mais importante é que o jogo não fosse uma desilusão neste departamento e felizmente isso não acontece.
Qualquer análise de um jogo em “acesso antecipado” deve ser encarada com algumas reservas. Afinal de contas estamos a falar de um título que ainda se encontra em desenvolvimento e que pode muito bem tornar-se num desastre daqui para a frente.
A história de jogos que até causam boas impressões em “acesso antecipado” mas depois desiludem aquando do seu lançamento oficial é extensa e infelizmente isso é sempre uma possibilidade real.
Mas eu prefiro olhar para o jogo agora como ele está. A experiência de The Magical Mixture Mill pode não ser ser surpreendente mas é sólida e isso é extremamente importante para gerar otimismo sobre o seu desenvolvimento.
Neste momento não tenho razões para não acreditar que com o tempo a experiência de jogo só vai melhorar e se ela já é boa neste momento, isso significa que poderá ser melhor daqui a uns tempos e eu cá estarei no seu lançamento oficial para rever a nota.
Mesmo em acesso antecipado "The Magical Mixture Mill" já se revela uma experiência sólida, divertida e recompensadora. Apesar disso é importante reforçar que ele não acrescenta nada de novo ao género e que ainda tem um caminho a percorrer até ao seu lançamento oficial. Por isso esperamos ansiosamente que ele vá melhorando com o tempo.
Este website utiliza cookies.
Ler Mais