Seafrog é um novo jogo de plataformas de ação em 2.5D com estilo retro, e no qual podemos fazer “grinds” e “kick-flips” enquanto andamos numa espécie de skate.
Não é de forma nenhuma um conceito revolucionário, pelo contrário é algo que já foi feito vezes sem conta no passado.
Mas, em abono da verdade, nem todos os jogos podem “reinventar a roda” e nem sempre aqueles que o fazem resultam em experiências divertida.
Seafrog “navega” por territórios familiares, faz-se valer de um conceito simples, adiciona-lhe um estilo retro e tenta proporcionar uma experiência de jogo divertida.
Mas será que ele consegue?
Lê a análise para ficares a saber a minha resposta a esta questão.
A apresentação e história
No jogo nós vestimos a pele de um sapo que é aprendiz mecânico e que depois de ser corrido do navio onde trabalhava, fica à deriva no lendário Sea Hole.
Mas com a ajuda do “Capitão Woodsbeard” ele vai reparar navios abandonados, resolver puzzles, e reunir combustível para conseguir encontrar uma saída.
É uma história simples mas bem estruturada. Há um forte contexto de humor em toda a experiência, os diálogos são divertidos mas não é nada muito elaborado.
Seafrog não é um jogo do qual podemos esperar por algo acima da média num departamento destes. É mais uma daquelas histórias que serve para contextualizar do que propriamente para acrescentar muito à experiência de jogo.
O humor está no entanto bem conseguido e sobretudo a atmosfera de diversão que rodeia a experiência é bastante boa.
Não se pode dizer que a história seja memorável, mas também não é nada que se atravesse entre o jogador e a experiência de jogo, o que já não é nada mau.
A jogabilidade
Ora aqui está o departamento mais importante num jogo de plataformas. O que se quer na jogabilidade é controle total sobre a nossa personagem e acima de tudo precisão na resposta dos controles.
No jogo a nossa personagem carrega consigo uma chave que lhe serve de “skate” e é a utilização desse “skate” que nos permite deslizarmos em alta velocidade e fazermos “grinds” e “kick-flips” em grande estilo.
Nada disto é novo dentro do género, mas Seafrog tem o mérito de acertar em cheio em praticamente todos os momentos de jogabilidade.
Os controles são fáceis, intuitivos e correspondem perfeitamente a todas as nossa indicações no comando. Deslizar, saltar e fazer manobras dá um gosto especial e um “boost” garante que conseguimos circular, durante a maior parte do tempo, em alta velocidade.
É uma experiência que, apesar de não ser nova, é muito divertida em Seafrog e um dos grandes destaques desta aventura.
Ele também oferece mais diversidade do que é habitual para o género.
Para além de progredirmos através das várias áreas, há objetivos para completar; “mods” e upgrades que melhoram a nossa personagem e uma certa liberdade na forma como abordamos cada área.
Velocidade, precisão e muito estilo descrevem a experiência de jogabilidade que, pode não ser revolucionária, mas é divertida e recompensadora.
O grafismo e a arte
Seafrog joga-se numa perspetiva 2D mas o mundo e os cenários são compostos também por objetos 3D.
A arte é toda ela desenhada à mão e a equipa de desenvolvimento optou por um visual nostálgico que relembra aquela fase de transição para o 3D em que os jogos já se começavam a aproximar do que nós conhecemos hoje como um jogo 3D.
Seafrog é claramente uma homenagem a esses tempos, ele está muito bem desenhado e cheio de detalhes, mas possui também aquela ligeira pixelização tão caraterística dos velhos tempos.
O produto final é um jogo com um charme único e uma identidade visual sólida reforçada por níveis e personagens bem desenhadas bem como um trabalho de animação bom.
Há bastante cor e a arte reflete muito do sentido de humor que nos acompanha ao longo de toda a experiência.
Quando os elementos visuais de um jogo estão em harmonia isso é sempre uma excelente notícia e Seafrog é um exemplo perfeito de como, por vezes, os jogos mais modestos conseguem oferecer uma solidez capaz de rivalizar com títulos de grande orçamento.
Banda sonora e efeitos sonoros
A banda sonora é marcada por melodias que refletem a natureza divertida, e por vezes intensa, de toda a experiência de jogo.
As músicas acrescentam imersão à experiência de jogo e ajudam a tornar menos maçadores os momentos em que perdemos sucessivamente ou quando estamos desesperadamente a tentar atingir um local mais difícil com uma manobra que parece impossível.
Mas aliados à banda sonoras estão efeitos de som de grande qualidade. Aliás eu diria mesmo que, aliado à jogabilidade, eles são um dos pontos mais altos de toda a experiência.
Tudo desde o deslizar com a chave; o som de água a correr; os sons que fazem os inimigos; até os sons quando usamos o menu estão muito bem conseguidos.
Aliás os efeitos de som refletem na perfeição a temática do jogo na qual andamos de navio em navio a fazer reparações em alta velocidade e a deslizarmos em grande estilo.
No que a efeitos sonoros de jogos de plataformas diz respeito, a verdade é que muito poucos acertam tão em cheio como este jogo e confesso que eles foram uma agradável surpresa.
Uma nota sobre a longevidade
E já que estou a escrever sobre surpresas agradáveis, outra delas foi a longevidade deste jogo.
Seafrog é um jogo que facilmente chega às 7 a 8 horas de jogabilidade, mais ou menos dependendo das tuas “skills”.
Ele não é um jogo que eu classifique de difícil, por isso talvez a tendência seja para menos horas do que mais, apesar disso é uma longevidade muito respeitável.
Últimas palavras
Seafrog é uma aventura divertida que tem um charme especial. Deslizar pelo interior de navios e repará-los enquanto recolhemos todo o tipo de itens e defrontamos inimigos é muito recompensador.
A jogabilidade é boa e encontra-se ao nível de qualquer outro jogo de plataformas que faça do “deslizar” uma mecânica de jogo.
Visualmente ele homenageia com sucesso os grandes clássicos, faz-se acompanhar por uma banda sonora que acrescenta qualidade à experiência de jogo e a cereja no topo do bolo são os efeitos sonoros.
Gosto deste jogo!
Última atualização: Abril 17, 2025 às 14:53