Teenage Mutant Ninja Turtles: Splintered Fate é um roguelike de ação no Universo das populares Tartarugas Ninja.
Quando ouvi falar pela primeira vez sobre um roguelike de ação com as Tartarugas Ninja como protagonistas, confesso que fiquei entusiasmado.
A história das Tartarugas Ninja que dedicam a sua vida às artes marciais e a defrontarem criminosos, encaixa na perfeição com um roguelike de ação, especialmente com cooperação pelo meio.
Ainda foi necessário esperar um pouco pela versão do PC mas finalmente, no passado dia 06 de novembro, o jogo chegou-me finalmente às mãos e eu só esperava que ele fosse capaz de estar à altura das minhas expectativas.
Será que o Teenage Mutant Ninja Turtles: Splintered Fate é uma boa adição ao género?
Continua a ler para descobrires…
A história
Este jogo conta-nos uma história na qual o “Spliter” é raptado pelo “Shredder” e simultaneamente começam a aparecer portais misteriosos um pouco por toda a Nova Iorque.
Agora cabe às Tartarugas Ninja descobrirem o que se está a passar e salvarem o seu lendário mestre. E é isto!
Uma história pouco memorável no Universo das Tartarugas Ninja é, digamos, um pouco estranho. Ela é demasiado simplista demais para o meu gosto.
Aceitava-se perfeitamente se estivéssemos a falar de um novo jogo com personagens originais, mas quando se trata de um “franchise” estabelecido é difícil de compreender.
Não é que faltem diálogos, porque eles existem e são em grande número. O problema é que contribuem muito pouco para a imersão e, verdade seja dita, são muitas vezes aborrecidos.
A boa notícia é que o jogo conta com a participação de algumas das personagens mais icónicas do Universo das Tartarugas Ninja e isso é sempre excelente para os fãs.
Se é verdade que por vezes os roguelikes descuram um pouco a história e privilegiam mais outras áreas, também é verdade que alguns aproveitam-na para se diferenciarem.
Splintered Fate não fez nada disso, a história é desinteressante e podia ter sido muito melhor. Aliás, nem sequer existe uma apresentação épica digna de um grande “franchise”.
O grafismo
Graficamente pode-se dizer que o Teenage Mutant Ninja Turtles: Splintered Fate cumpre o seu papel. As Tartarugas Ninja estão muito bem desenhadas e alguns inimigos também, já o mesmo não se pode dizer dos cenários aos quais falta, na minha opinião, mais detalhe.
O problema é que artisticamente não estamos perante um trabalho espantoso nem nada que se pareça. Não há muita personalidade e os cenários são demasiado genéricos e sem a “alma” irreverente da banda desenhada.
Isto é ainda mais evidente para quem jogou títulos como os do “franchise” Hades que se destacam pelo brilhante trabalho no departamento artístico.
Até mesmo um jogo como o Realm Of Ink, que ainda se encontra em acesso antecipado, é do ponto de vista artístico um trabalho muito superior a este jogo das Tartarugas Ninja.
Mas a questão é: o “Splintered Fate” chegou primeiro a plataformas móveis e só depois ao PC. É natural que não esteja ao nível das exigências de alguém que está habituado a ver mais qualidade em roguelikes, mesmo quando eles ainda estão em fase de “acesso antecipado”.
De certa forma eu consigo compreender a posição da equipa de desenvolvimento, mas não deixa de ser uma pequena desilusão quando um roguelike inserido num “frachise” popular não é, no mínimo, um excelente trabalho no departamento artístico.
Apesar de cumprir, “Splintered Fate” é visualmente desinspirado demais para o seu bem, especialmente dentro de um género que conta com títulos de muita qualidade nesta área.
A jogabilidade
Temos quatro personagens jogáveis à nossa disposição e elas são obviamente as quatro Tartarugas Ninja. Cada uma com a sua personalidade, armas e ataques.
A jogabilidade processa-se como qualquer outro roguelike, entramos numa área e defrontamos uma vaga de inimigos, quando eles são derrotados progredimos para a próxima até chegarmos a um “boss”.
O combate é decente, podemos realizar “combos”, temos um “slash” para escaparmos de ataques mais poderosos, e claro, “upgrades” que vamos reunindo ao longo da sessão de jogo.
Também existem “upgrades” permanentes que podemos fazer sempre que voltamos à base depois de uma derrota e basicamente, se jogaste Hades, é mais do mesmo.
O sucesso de cada sessão de jogo vai depender do número de upgrades permanentes que temos e também do tipo de upgrades que vamos escolhendo após completarmos uma área.
À semelhança do que acontece com Hades, a derrota faz parte da experiência e é o caminho para a progressão. Ou seja, vamos morrer muitas vezes mas, à medida que vamos ficando mais poderosos, podemos vingar essas derrotas.
As batalhas com os “bosses” são divertidas e desafiantes e até mesmo os confrontos com inimigos comuns podem ser desastrosos na fase inicial, especialmente se cometermos demasiados erros.
O sistema de “upgrades” é bom, quer seja com os permanentes ou os temporários, há várias formas encarar as sessões de jogo, através de abordagens mais ofensivas ou defensivas.
O que este jogo tem a seu favor é mesmo a cooperação. Poder jogar com amigos torna a experiência muito mais divertida e adiciona-lhe alguma longevidade.
Sem deslumbrar, a jogabilidade é talvez um dos aspetos mais positivos de toda a experiência. Mesmo assim e embora tenha mecânicas inspiradas no “franchise” Hades, ele não se encontra ao mesmo nível.
O som
A banda sonora e os efeitos sonoros são aceitáveis mas, mais uma vez, demasiado genéricos para o bem do jogo.
Não há nada que se destaque e, para além de algumas batalhas com “bosses”, não há nenhum momento “WOW” que nos deixe boquiabertos.
As vozes são a melhor parte, porque realmente estão bem conseguidas e ajudam um pouco à imersão. Mas o que é certo é que mais nenhum departamento dá aquele contributo extra para elevar a experiência.
Últimas palavras
Teenage Mutant Ninja Turtles: Splintered Fate é mais um daqueles videojogos cuja maior qualidade é o facto de nunca chegar a ser mau tecnicamente.
A história, apesar de pouco memorável, marca presença com muitos diálogos e personagens conhecidas. Visualmente está uns furos abaixo da concorrência direta mas até consegue ser decente.
A jogabilidade é pouco inspirada mas com um bom sistema de upgrades e a cooperação, até é um departamento onde as falhas conseguem ser mitigadas.
O som é genérico e apesar de nunca ajudar a experiência de jogo, também não a prejudica.
Ou seja, Teenage Mutant Ninja Turtles: Splintered Fate tem muito pouco de especial para além das populares Tartarugas Ninja mas até consegue ser uma experiência divertida com amigos.
É bom o suficiente para ser considerado uma experiência sólida, mas atendendo ao género que integra, está muito longe de ser uma compra obrigatória.
No entanto se fores um grande fã das Tartarugas Ninja e andas à procura do teu próximo “roguelike”, quem sabe, este poderá ser o jogo para ti.