Astrometica é um jogo de sobrevivência, exploração espacial e construção de bases.
Astrometica é descrito por muitos jogadores como uma espécie de “Breathedge” de progressão mais rápida que chegou recentemente ao mercado.
Ainda em “acesso antecipado”, ele é fortemente inspirado não só no “Breathedge” como nos jogos do franchise “Subnautica” que são hoje experiências absolutamente imperdíveis dentro do género.
Tal como as suas fontes de inspiração, Astrometica faz-se valer de um mundo aberto de larga escala que convida os jogadores ao estabelecimento da sua base e à exploração espacial em busca do desconhecido.
Ainda é um jogo que tem um caminho de desenvolvimento pela frente, mas eu fui tentar perceber se, em “acesso antecipado” ele tem potencial para crescer e conquistar o seu espaço.
A história
Nesta fase ela é praticamente inexistente para além do contexto habitual no qual nos despenhamos e depois temos de sobreviver e de alguma documentação que vamos encontrando ao longo da aventura.
A história deverá ir sendo introduzida com o tempo e a sua ausência não é um problema muito grande considerando que se trata de um jogo que chegou recentemente ao “acesso antecipado”.
O contexto está no entanto longe de ser original e é uma cópia de outros jogos.
A jogabilidade
À semelhança do Breathedge ou Subnautica, o Astrometica também é jogado na perspetiva da primeira pessoa. Uma escolha acertada, ou não fosse esta a perspetiva mais imersiva para este género de jogo.
A jogabilidade pode ser encarada de duas formas:
- Tremendamente simples para quem jogou outros jogos do género;
- A falta de um tutorial mais robusto pode ser sentida por novatos.
Na minha experiência pessoal a jogabilidade é muito simples, há um tutorial que vai dando algumas indicações, mas confesso que não precisei dele.
Com o setup “teclado+rato”, fazemos a movimentação da personagem no clássico WASD, e a maior parte das ações envolvem cliques.
O inventário é também simples, bem como a sua gestão e o mesmo acontece com o “crafting”. Não há muito para aprender para jogadores que, como eu, já jogaram vários jogos deste género.
Neste momento Astrometica tem um “interface” básico mas que funciona muito bem e acima de tudo não se atravessa entre nós e a experiência de jogo.
A base da experiência é a movimentação em gravidade zero no espaço. À semelhança do Breathedge ou do Subnautica também começamos com uma botija de oxigénio de curta duração.
No entanto, com alguma progressão, começamos a desbloquear ferramentas e melhorias importantes que nos permitem passar mais tempo no espaço e reunir um maior número de materiais.
Mas a aventura arranca realmente quando começamos a construir a nossa primeira estação espacial. Daí para a frente é explorar, expandir, construir veículos e continuar a explorar.
É uma fórmula que, não sendo nova, continua a resultar. Construirmos o nosso pequeno cantinho na imensidão do espaço dá sempre um enorme gozo e consequentemente serve de incentivo a mais exploração.
Esta versão de “acesso antecipado” conta também com um volume de conteúdo respeitável e ao qual os adeptos da construção poderão dedicar muitas horas de entretenimento.
A construção é simples, mas os projetos mais ambiciosos geralmente exigem a recolha ou criação de materiais que são mais difíceis de se obter.
Na minha opinião talvez falte um pouco mais de adversidade na experiência. Sobreviver nunca é realmente um desafio e mesmo perante inimigos nunca me senti em apuros.
Na fase inicial poderá existir um pouco de frustração, mas por exemplo, ele é muito menor do que a que sentimos ao jogarmos Breathedge, que consegue ser mais desafiante em todas as áreas.
Mas no geral devo dizer que é uma experiência de jogabilidade divertida.
O grafismo
Graficamente Astrometica pode não estar ao nível de um Subnautica ou de um Breathedge, mas não deixa de ser um trabalho bastante sólido neste departamento.
Artisticamente o jogo tem uma identidade, os efeitos e as animações são decentes e os componentes de construção estão bem elaborados.
As bases espaciais estão cheias de detalhes e na exploração é possível encontrar algumas áreas que estão de facto bem desenhadas.
Dito isto, ele não é nenhum colosso dentro do género e, como já referi, jogos como o Subnautica, o Breathedge são claramente superiores neste departamento.
Mas lá está, quando se incorpora elementos de construção numa aventura de mundo aberto, os desafios no departamento visual são enormes e o facto do Astromenica não desiludir já é, só por si, um feito considerável.
O som
A banda sonora é surpreendentemente boa, as melodias contribuem para a imersão e muitas vezes senti que estava a viver um grande clássico de ficção científica.
A banda sonora tem sempre bastante peso neste tipo de experiências solitárias. Afinal de contas estamos sozinhos na imensidão do espaço e a música acaba por ser a nossa única grande companheira.
Os efeitos sonoros cumprem e talvez pudessem ser um pouco melhores, mas pelo menos não afetam negativamente a experiência. Em boa verdade, eles são muito semelhantes ao que já vi nos outros títulos referência deste género.
Mais do mesmo?
Astrometica é um jogo sólido, um projeto cheio de potencial e uma experiência divertida. Mas se há uma crítica que qualquer jogador lhe pode fazer é que ele: é mais do mesmo.
E não existe forma de “fugir” a esta realidade. Mas felizmente os seus criadores não escondem as suas influências e, pelo contrário, “abraçam” as semelhanças com outros jogos.
Talvez eles pretendam reunir o melhor de todos estes jogos numa só experiência. Uma tarefa difícil se considerarmos que tudo o que o Astrometica faz, outros títulos não só já o fazem, como fazem-no melhor.
Mas há algum valor na simplicidade da experiência, há também valor na exploração espacial e na construção. Quanto mais não seja ele consegue satisfazer perfeitamente as necessidades de quem anda à procura por uma nova experiência dentro do género.
A boa notícia é que se trata de um jogo em “acesso antecipado” e que por isso tem margem para melhorar muito até ao seu lançamento oficial.
Última atualização: Janeiro 16, 2025 às 16:57