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Sengoku Dynasty – Análise

Sengoku Dynasty é descrito pelos seus criadores como sendo a derradeira experiência feudal do Japão, mas será que ele está à altura das expectativas?

Um mundo aberto, construção; exploração; “crafting”; gerir uma dinastia; combate e ainda a possibilidade de poder ser jogado com até 4 jogadores num modo de cooperação são apenas algumas das características deste jogo.

Ele transporta-nos para um Japão feudal e aposta numa representação mais real daquela era. Por um lado é a clássica experiência de sobrevivência, construção e gestão de bases, pelo outro é um jogo onde criamos a nossa própria dinastia.

Não há falta de ambição em Sengoku Dynasty e mesmo que à primeira vista ele pareça “mais um”, nós fomos descobrir que isso não é, de maneira nenhuma, o caso.

Recorde-se que apesar do seu lançamento oficial ter sido no passado dia 07 de novembro, ele já se encontrava em “acesso antecipado” antes disso com muitas reações positivas por parte dos jogadores.

Por essa razão nós estávamos à espera que esta versão 1.0 fosse mesmo a “derradeira experiência feudal do Japão” e demos de caras com uma experiência massiva, cheia de personalidade e com algumas mecânicas de jogo e conceitos muito interessantes.

Se isso chega para o considerarmos um bom videojogo?

Vais ter de continuar a ler para obteres a reposta a esta pergunta…

A História

Toda a ação neste jogo decorre no período Sengoku que ocorreu entre a metade do século XV e o final do século XVI.

Com guerras, inúmeras revoltas sociais e fome, esta parte da história do Japão é marcada por muito sofrimento que resultava em fuga dos cidadãos para novos territórios à procura de paz.

Nós vestimos a pele de um desses refugiados que pretende começar uma nova vida. Quando chegamos ao Vale de Nata temos pouco mais do que a roupa na pele e vamos precisar de toda a nossa inteligência e tenacidade não só para sobrevivermos, como também para prosperarmos.

A história que nos é apresentada inicialmente não é muito extensa, mas o seu contexto é bom devido ao facto de ser baseado na realidade. O Japão desta altura estava profundamente dividido, era difícil confiar em quem vinha de fora e as vilas uniam-se para sobreviverem.

Quando encontramos os primeiros habitantes da região este é o ambiente que encontramos. Embora a nossa personagem esteja motivada para criar a sua habitação e ajudar outros refugiados, há uma desconfiança natural por parte daqueles que há muito vivem naquela zona.

Os diálogos revelam um pouco dessa desconfiança mas também alguma abertura à união de forças. Não é a atmosfera ideal para quem vem de fora, mas cabe-nos a nós conquistarmos os moradores das redondezas provando o nosso valor.

Ou seja, inicialmente temos uma pequena introdução da história antes de começarmos a jogar, mas só a partir do momento que começamos a interagir com outros habitantes e a estabelecer relações com eles é que a verdadeira história nos vai sendo revelada.

Existem muitos diálogos neste jogo e um grande número de personagens que vamos encontrando pelo caminho têm personalidade, as suas próprias motivações e opinião sobre estes tempos difíceis.

É uma forma muito mais orgânica e realista de ir apresentando a história e, na nossa opinião, é fundamental para a imersão.

Não é muito habitual um jogo de sobrevivência dedicar tanto tempo a diálogos com NPC’s e às relações que nós podemos estabelecer com eles. Mas considerando que Sengoku Dynasty é também um jogo de criação, gestão de vilas e dinastias, faz sentido que este departamento tenha sido alvo de uma atenção especial.

A história foi uma surpresa agradável

O grafismo e a arte

Sengoku Dynasty é todo ele uma tentativa de representação do período Sengoku no Japão e visualmente a equipa de desenvolvimento optou por uma abordagem realista.

Mas este jogo tem particularidades interessantes. Por exemplo, os modelos das personagens apesar de terem sido alvo de melhorias, estão longe de ser brilhantes e de vez em quando parece que os NPC’s têm todos a mesma cara.

Sengoku Dynasty também pode ser jogado na terceira ou na primeira pessoa. As duas têm os seus pontos fortes e fracos.

Na terceira pessoa o campo de visão é melhor e combater inimigos é mais fácil, mas o nosso modelo de personagem é básico e as animações de movimentos também não são muito melhores.

Na primeira pessoa o campo de visão é menor, mas a experiência torna-se muito mais imersiva.

No nosso caso pessoal nós escolhemos jogar principalmente na primeira pessoa e só mudávamos para perspetiva na terceira pessoa quando fomos obrigados a isso.

Os modelos das personagens e as animações são um dos pontos mais fracos deste jogo. Não são problemáticas porque a experiência engloba tanto que eles teriam de ser terríveis para que isso acontecesse, porém já vimos muito melhor em jogos de sobrevivência.

No entanto os cenários; as estruturas e a representação de elementos da natureza (rios, arvoredo etc…), tem muita qualidade e contribui bastante para a atmosfera do jogo.

Uma das qualidades deste jogo é mesmo o facto de ser uma experiência atmosférica, especialmente quando jogado na primeira pessoa.

A jogabilidade

A jogabilidade tem muito do que se espera num jogo de sobrevivência. Para sobreviver e proliferar num Japão antigo são necessários recursos e muitos materiais.

E o Sengoku Dynasty não perde tempo a “atirar-nos” para o meio de mecânicas de jogo com elementos de construção, criação e gestão de vilas.

Nós começamos a aventura com pouco, mas o jogo vai-nos guiando através de tutoriais e “quests”.

Desde cedo o objetivo da nossa personagem é ambicioso, ele não só pretende que os locais o aceitem, como está disposto a ajudá-los e preparado para devolver à vida aquilo que é, essencialmente , uma vila em ruínas.

O jogo não nos obriga a escolhermos aquele local para construirmos a nossa primeira vila, os jogadores mais aventureiros podem procurar por outras localizações, mas no nosso caso decidimos aproveitar a vila destruída por uma razão: mais recursos.

Podemos remover os edifícios em ruínas e no processo também recuperamos alguns materiais que depois podemos utilizar na reconstrução.

O sistema de construção é robusto mas relativamente simples. Basta estabelecer a base do edifício e depois construí-lo de acordo com os materiais que temos à disposição.

O jogo aposta bastante na simplicidade e familiaridade. Que é como quem diz, se já jogaste algum título de sobrevivência, vais-te sentir em casa.

Nós apreciamos muito o esforço que foi colocado neste jogo para que a experiência seja acessível até para quem é novo no género. Não é uma tarefa nada fácil, afinal de contas estamos a falar de um jogo que mistura elementos de:

  1. Sobrevivência
  2. Construção
  3. Agricultura
  4. Caça
  5. Crafting
  6. Gestão de cidades
  7. Gestão de dinastias
  8. Exploração
  9. Combate
  10. um jogo onde podemos casar, ter filhos e mais…

Sengoku Dynasty é massivo não só pelo facto de incluir um mundo aberto. O elemento “dinastia” foi levado muito a sério e quando o jogamos este jogo não é para estabelecer uma só vila e ir explorar o desconhecido.

Nada disso, o que ele pede é que o jogador estabeleça múltiplas vilas, espalhe a sua influência pelo continente e devolva equilíbrio e paz que os habitantes bem precisam.

Com tantos elementos interligados a existência de um interface simples e fácil de “descodificar” é de extrema importância principalmente para novos jogadores no género.

O interface não inventa, vai direito ao assunto e, acima de tudo, facilita a vida do jogador durante as tarefas mais monótonas.

No combate a equipa de desenvolvimento optou, mais uma vez, por uma abordagem realista com uma fase inicial básica, mas que vai ganhando novas dimensões à medida que vamos progredindo.

Não é a ação mais bonita que nós já vimos num jogo de sobrevivência, mas a abordagem realista estilo “soulslike”, no qual é importante calcular bem os ataques e as esquivas até resulta.

Esteticamente nem sempre é o combate mais bonito, mas pelo menos consegue ser recompensador e divertido quando temos acesso a armas melhores e progredimos nos talentos.

Ao todo existem 4 árvores de talentos, sendo que cabe-nos a nós escolhermos onde vamos gastar os pontos. Os que gostam mais de ação certamente vão seguir mais o caminho do guerreiro, enquanto outros jogadores talvez privilegiem a progressão enquanto construtores e por aí fora.

A cooperação

Sengoku Dynasty possui um modo de cooperação que suporta até 4 jogadores e com várias “mãos na massa” as tarefas monótonas e os projetos de construção tornam-se mais fáceis de executar.

A desvantagem é que a cooperação quebra um pouco a imersão e a experiência atmosférica que o jogo proporciona quando estamos completamente sozinhos.

Consequentemente a história não tem o mesmo impacto e perde-se um pouco da sua natureza relaxante.

Ao final do dia tudo vai depender dos gostos de cada um. A cooperação oferece um elemento extra de diversão e num mundo tão vasto isso é importante para continuarmos a voltar à experiência.

O modo “singleplayer” oferece um nível de imersão excelente, mas para alguns jogadores pode ser uma aventura demasiado solitária.

Banda sonora e som

A banda sonora e os efeitos sonoros são contribuições de qualidade para a experiência de jogo. As músicas transmitem a tranquilidade de uma vida de campo e ajudam a criar a tal atmosfera relaxante.

Os efeitos sonoros são bons e quer seja em ações simples como a cortar árvores, a atravessar um rio ou a construir uma estrutura, nós sentimos que de facto fazemos parte daquele momento da história do Japão.

Últimas palavras

Não temos dúvidas. Sengoku Dynasty é um dos melhores jogos de sobrevivência atualmente disponíveis no mercado.

É talvez das experiências mais imersivas que tivemos a oportunidade de jogar este ano e o facto de ser baseado em realismo confere-lhe alguma diferenciação.

Dito isto, esta abordagem mais realista pode não agradar aqueles que procuram por grandes épicos de fantasia. Se esse for o teu caso, então Enshrouded talvez seja muito mais um jogo à tua medida.

Mas no que diz respeito a viver num videojogo o que poderia ser a vida de um Japão feudal numa das eras mais conturbadas da história daquele país, só mesmo Sengoku Dynasty é capaz de proporcionar isso.

8.3 NOTA FINAL
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Apresentação 8
Grafismo 8
Jogabilidade 9
Banda Sonora 8
Positivos
  • atmosfera
  • história
  • acessibilidade
Negativos
  • animações
  • modelos das personagens
Resumo

Talvez não seja um jogo para todos, mas Sengoku Dynasty é uma experiência imersiva e de grande escala que se destaca como uma das melhores dentro do seu género.

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Última atualização: Novembro 26, 2024 às 17:09

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