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SERUM – Análise (acesso antecipado)

SERUM

SERUM é um jogo jogo de sobrevivência que chegou recentemente ao “acesso antecipado” e no qual o tempo é o nosso maior inimigo.

Os jogos de sobrevivência multiplicam-se a cada dia que passa e por vezes é difícil “navegar” pelo género e encontrar experiências de jogo que realmente valem a pena.

SERUM é no entanto um jogo que se destacou de imediato não só pelos seus visuais que “saltam à vista”, como também devido à existência de algumas mecânicas de jogo interessantes.


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O jogo ainda se encontra em desenvolvimento e a nota atribuída nesta análise é provisória. A análise será revisitada aquando do lançamento oficial do jogo.

A história

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No jogo nós vestimos a pele de Adam, um sobrevivente e paciente da EVAS Corporation, uma organização farmacêutica localizada na ilha de Matamis que causa um incidente mutagénico e abandona o protagonista à sua sorte

Adam submeteu-se a testes farmacêuticos de forma a conseguir dinheiro extra para ajudar o seu filho doente, no entanto tudo acaba por correr terrivelmente mal.

SERUM para além de ser o nome do jogo, é também o nome de um elixir essencial que ajuda a prolongar a vida de Adam numa paisagem contaminada.

Introduzido no seu braço, Adam possui um invulgar contador que essencialmente diz quanto tempo lhe resta até que a infeção comece a ter efeitos prejudiciais.

Sempre que injetamos SERUM ganhamos não só tempo extra como podemos ver habilidades (como a velocidade, visão e poder) amplificadas.

Porém nem “tudo são rosas” porque o SERUM também pode ter efeitos negativos no organismo e é preciso ter isso em consideração quando tomamos o poderoso elixir.

Logo a partir do primeiro momento o jogo faz questão de nos informar sobre a importância da gestão do tempo nesta experiência. Isso cria no jogador um sentido de urgência e a partir daquele momento qualquer ação ou decisão passa automaticamente a ter mais peso.

Diga-se de passagem que este tipo de tensão não é nada relaxante, mas em defesa dos criadores de SERUM, relaxar parece-me ser a última coisa que eles queiram que os jogadores façam com este jogo.

É claro que não estamos sempre na iminência da morte. Cedo percebemos que é possível fabricar mais elixir com os ingredientes certos e felizmente, quando estamos na base, o contador pausa e temos tempo para planear os nossos próximos passos.

Para um jogo em “acesso antecipado” a história encontra-se minimamente estabelecida. Adam começa a aventura sozinho mas é auxiliado pela voz de alguém que o ajuda a dar os seus primeiros passos neste cenário inóspito.

O “voice acting” é francamente bom e os documentos que vamos encontrando pelo caminho ajudam a desenvolver um pouco mais a história.

Mas com exceção para o conceito da injeção do SERUM para ganhar tempo extra, a verdade é que a história não é particularmente envolvente. Já vimos no passado outros títulos de sobrevivência, que em “acesso antecipado”, foram bem melhores neste departamento.

A jogabilidade

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SERUM é um jogo de ação na primeira pessoa e a sua jogabilidade é muito semelhante ao que já vimos noutros jogos de sobrevivência que seguiram este formato.

Inicialmente começamos com muito pouco, mas depois de reunirmos alguns materiais, conseguimos “craftar” a nossa primeira arma e daí para a frente é a típica experiência de sobrevivência.

É necessário explorar; reunir materiais e “craftar” itens que nos ajudam a sobreviver e a alcançar novos locais. Para além disso temos de defrontar inimigos.

Há muito combate corpo-a-corpo neste jogo que mistura técnicas de ataque e defesa. Implementar combate corpo-a-corpo em jogos com uma perspetiva na primeira pessoa não é nada fácil e ,nesta fase de desenvolvimento, SERUM tem um combate corpo-a-corpo demasiado atabalhoado para o seu bem.

Os ataques não têm grande peso e como consequência atacar um inimigo, mesmo com um movimento mais poderoso, não é nada recompensador.

Embora exista uma mecânica de bloqueio no combate, é difícil utilizá-la com precisão e a melhor forma de abordar um inimigo mais perigoso é com um combate estratégico e mais lento.

O problema é que muitas vezes somos atacados por múltiplos inimigos e nessas situações instala-se o caos. Seguem-se muitos golpes frustrantes que em vez de acertarem nos inimigos acertam no ar.

Não nos interpretem mal, não é que o combate seja terrível, o problema é que, sendo ele uma parte muito importante da experiência, é uma desilusão que ainda se encontre a um nível insatisfatório.

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Dito isto, quando exploramos o mundo há sempre uma ameaça real de morrermos, não é agradável que por vezes isso esteja relacionado com problemas no sistema de combate, mas o que é certo é que até isso acrescenta um novo nível de tensão à experiência.

Quando morremos voltamos à base e perdemos o que reunimos na nossa viagem. Podemos no entanto recuperar o nosso “loot” se voltarmos ao local onde morremos.

Como outros jogos de sobrevivência nós temos uma base que é o nosso “porto seguro”. Quando estamos por lá o contador pausa a contagem; temos as estações de “crafting” e uma máquina que retira os efeitos nocivos do SERUM.

Há medida que vamos utilizando SERUM, os seus efeitos negativos instalam-se no corpo. É por isso necessário removê-los periodicamente num extrator que se encontra na base.

Este tipo de detalhes contribuem positivamente para a experiência e, lá está, ajudam a criar ainda mais tensão.

O sistema de “crafting” é surpreendentemente completo e vasto. Podemos reciclar materiais, desbloquear novas fórmulas e criar diferentes tipos de SERUM à medida que vamos progredindo. Estes novos SERUM também ajudam a estender ainda mais o nosso tempo e alguns deles também nos dão habilidades.

O grafismo

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SERUM é um jogo visualmente impressionante, mas também é exigente (não te esqueças de verificares os seus requisitos) e, tratando-se de um jogo de “acesso antecipado” a sua otimização não é a melhor.

Computadores de gaming modernos conseguirão corrê-lo sem grandes problemas, mas no que diz respeito a obter um “framerate” estável a conversa muda um pouco de figura.

Sabemos que alguns jogadores com máquinas, mais do que capazes de correrem este jogo às mil maravilhas, estão a ter problemas.

No nosso caso especifico não detetámos problemas que fossem além do que é comum em jogos ainda em desenvolvimento. O mais frequente foi o “crash”, que embora não tenha acontecido muitas vezes, foi sempre nas piores alturas.

Problemas à parte, SERUM é belíssimo não só pela sua qualidade gráfica mas também devido a um trabalho artístico que está entre o melhor que já vimos neste género de jogo.

Toda a experiência de SERUM é bastante atmosférica, assim que damos os primeiros passos conseguimos sentir a hostilidade no ar e enquanto exploramos torna-se claro de que todas as criaturas deste mundo lutam para sobreviverem.

O departamento visual é, sem dúvida alguma, aquele que mais se destaca.

A banda sonora e os efeitos sonoros

Nesta fase de desenvolvimento a banda sonora e os efeitos sonoros, no geral, contribuem para a excelente atmosfera do jogo.

A tensão e o constante sentido de urgência que caracteriza o jogo são potenciados pelo departamento sonoro. O próprio ruído das inúmeras criaturas que povoam este mundo é uma presença constante e tivemos algumas alturas de inquietação geradas só por isso.

De certa maneira o som é exatamente aquilo que nós esperávamos que fosse. Mas ainda mais importante, o facto da atmosfera desta experiência já ser tão boa, revela que a equipa de desenvolvimento sabe o que quer.

A longevidade

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Analisar a longevidade de um título ainda em “acesso antecipado” é injusto porque objetivamente não estamos a escrever sobre um jogo completo.

Apesar disso existem umas boas horas de entretenimento pela frente, não são muitas horas, mas quem adquire um jogo em “acesso antecipado” devia saber que está, muito mais, a pagar pelo privilégio de continuar a jogar o videojogo durante o seu último estágio de desenvolvimento do que pelo seu tempo de duração.

Acreditamos porém que o jogo tem “pernas para andar” e potencial para oferecer largas horas de entretenimento quando for lançado oficialmente. Nessa mesma altura vamos revisitar toda a análise.

Precisa de melhorar

SERUM promete, o conceito é interessante e o nível de atmosfera que ele consegue atingir já é notável. Para além disso e apesar de não gostarmos muito do combate corpo-a-corpo, a experiência é divertida e envolvente.

Quanto mais não seja, este é um excelente ponto de partida. Em muitos aspetos este jogo já consegue ser uma experiência sólida e também não é das mais dispendiosas no mercado.

Nós acreditamos que os grandes fãs de jogos de sobrevivência vão gostar do que ele tem para oferecer nesta versão de “acesso antecipado”, sobretudo se já exploraram a maior parte dos jogos do género que andam por aí.

Para o resto dos jogadores, a realidade é que existem outros jogos no mercado que fazem melhor e oferecem muito mais do que SERUM consegue oferecer neste momento.

7.0 NOTA FINAL

Tem potencial mas precisa de melhorar

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SERUM para já tem um enorme potencial. É graficamente imponente e uma experiência atmosférica com algumas mecânicas de jogo que adicionam bastante tensão, sentido de urgência e divertimento a toda a experiência de jogo. No entanto ele não está livre de problemas, o seu combate está longe do ideal, a narrativa é pouco memorável e muito do que ele faz, já foi feito por outros jogos no mercado.


História 7
Jogabilidade 6
Grafismo 8
Banda Sonora e efeitos sonoros 7
POSITIVOS
  • mecânica de tempo de vida
  • qualidade gráfica
  • atmosfera
NEGATIVOS
  • combate corpo-a-corpo
  • otimização
  • narrativa pouco envolvente

Última atualização: Maio 28, 2024 às 15:45

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Marcio Olival

O Márcio é uma das forças editoriais da Gaming Portugal, ele também faz um pouco de tudo mas a sua preferência reside nos artigos de opinião. Regra geral ele não é comedido nas palavras, porém em vez de optar pela dureza extrema ele prefere quase sempre pelo sentido de humor.

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Helder Sousa

Adepto do ar livre e dos desportos radicais, nós nunca sabemos se no próximo fim-de-semana ele não irá longe demais, levando a equipa a ficar com um elemento a menos. Quer dizer, o exercício é uma coisa boa, mas quando isso envolve quedas de grandes alturas ou escaladas perigosas, talvez seja melhor ficar em casa a jogar videojogos.

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