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Songs Of Conquest – Análise

Songs Of Conquest

Songs of Conquest é um jogo de estratégia baseado em turnos inspirado nos clássicos dos anos 90. Ele tem sido alvo de rasgados elogios mas será que é tudo o que parece ser?

Songs of Conquest é um daqueles projetos que conquistou o seu espaço quando ainda estava numa versão de “acesso antecipado”.

Estamos aqui perante um RPG por turnos clássico e a sua inspiração nas grandes referências dos anos 90’ é óbvia a partir do primeiro minuto que começámos a jogá-lo.

Embora não seja propriamente uma novidade no mercado, muitos jogadores ainda não ouviram falar dele e alguns até lhe reconhecem potencial mas ainda não lhe deram uma oportunidade.

Mas agora que a experiência está completa com a versão de lançamento 1.0, nós fomos descobrir se ele realmente merece todos os elogios que tem recebido.

A história

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A história do jogo é composta por 4 campanhas, cada uma delas com o seu enredo, personagens, eventos e música dedicada.

Quando começamos uma nova campanha ouvimos uma porção de uma música que essencialmente narra a nossa jornada.

À medida que vamos ultrapassando com sucesso as fases de uma campanha, novo conteúdo é adicionado a essa música. No final temos direito a ouvir a música completa sobre a nossa aventura vitoriosa.

Qualquer campanha está recheada de diálogos e personagens interessantes. O mundo de Songs of Conquest  está cheio de personalidade e até nos momentos de confronto, por vezes, conseguimos entender e até aceitar as motivações dos nossos adversários.

O jogo não possui “voice acting”, pelo contrário todos os diálogos ocorrem apenas em formato de texto. Por outro lado a qualidade da narrativa é tão boa que a inexistência de “voice acting” não é um problema.

Não há dúvidas, o “voice acting” ajuda a embelezar uma experiência de jogo mas, na nossa opinião, não é requisito obrigatório para um RPG.

Não temos dúvidas também que, com uma narrativa desta qualidade e com tantos diálogos, um “voice acting” à altura acarretaria um investimento considerável que poderia “sugar” recursos valiosos de outros departamentos.

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A verdade é que a história das campanhas é tão boa e as personagens estão tão bem escritas que é fácil para nós, quando estamos a ler, de imaginarmos as vozes perfeitas.

Na primeira campanha vestimos a pele de Cecilia Stoutheart, uma jovem baronesa cheia de tenacidade que tenta proteger o legado do seu falecido pai.

Cecilia é uma durona, uma verdadeira mulher de armas que não tem medo de lutar para defender o que considera ser seu. As suas decisões por vezes até são questionadas, mas perante um território sob ataque ela não tem receio de ser impiedosa para repor a justiça.

As campanhas são robustas não só pela força da narrativa e as suas personagens, como também pelos confrontos e os eventos que vão decorrendo pelo meio.

Cada campanha corresponde a quatro fações do jogo, são elas:

  • Arleon

Arleon, os restos de um império, agora dividido em Baronatos guerreiros, onde os fortes e os fracos são esquecidos. Os cavaleiros unem-se num acordo desconfortável com os Faey, criaturas mágicas das florestas profundas. Mas mesmo o medo dos Faey não impede as rebeliões camponesas. Em Arleon a ordem é imposta com um machado afiado.

  • Barya

Barya libertou-se das correntes do Império e aliou-se a Harima para formar estados mercantis independentes. Agora os contratos são lei e qualquer pessoa, humana ou Harima, pode ascender através dos seus negócios e ações.

  • Rana

Rana, moradores do pântano, dispersos pelos seus inimigos e às vezes escravizados. Mas um misterioso Portador surgiu e uniu o povo do Pântano para redescobrir a sua verdadeira força. Devastadores cruéis, o sábio Chelun e até mesmo a misteriosa Eth’dra, todos responderão ao chamado do Portador e o mundo vai tremer ao ouvi-los rugir.

  • Loth

Loth, um baronato em declínio, abraça a promessa da Sociedade Invisível de trazer de volta os dias gloriosos de paz e do império. Cultistas e estudiosos escavam antigos locais de batalha à procura de artefatos misteriosos e convocam das profundesas as legiões que prestaram juramento. Loth ressuscitará à sua antiga glória, mesmo que isso signifique trazer de volta os mortos.

Cada campanha corresponde a uma destas fações e os seus nomes são: “The Song of Stoutheart”; “From the Ashes”; “Together For Her” e “The Price of Freedom”.

Como já deu para perceber, há muita história em Songs of Conquest, muitos diálogos, personagens interessantes bem como um Universo consistente, de grande dimensão e que contribui bastante para a imersão.

A história é um dos pontos fortes desta experiência.

A jogabilidade

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Songs of Conquest é um RPG de combates por turnos bastante simplista na sua jogabilidade. Em parte talvez isso aconteça porque ele de facto tentou replicar a fórmula dos RPG’s dos anos 90.

Não é só o combate que se processa por turnos, neste jogo a movimentação pelo mapa também está limitada a um número de movimentos. Quando eles são esgotados somos obrigados a terminar a nossa vez.

Durante a exploração nós controlamos sempre os “wielders” que são poderosas unidades de comando no Songs Of Conquest. É através deles que comandamos exércitos e são os seus poderes únicos que nos podem ajudar a garantir vantagem mesmo durante os momentos de maior adversidade.

Durante a exploração encontramos um pouco de tudo, desde tropas adicionais para as nossas fileiras; ouro; equipamento valioso;vários materiais; podemos reclamar todo o tipo de estruturas e construir novas, e claro, temos de defrontar inimigos.

Os combates por turnos processam-se no interior de uma grelha e as nossas unidades de combate são representadas por uma só imagem da sua classe, independentemente do número de unidades que temos ao nosso dispor.

Ou seja, se tivermos 20 arqueiros no nosso exército, quando entramos em combate eles são representados por uma só imagem de um arqueiro. O número 20 corresponde à sua vida e quando ele chegar a zero nós perdemos esse grupo de combatentes.

O jogo possui também uma mecânica de conquista e expansão de território, bem como elementos de construção. O objetivo final é sempre a criação de um exército poderoso que seja capaz de conquistar territórios, bem como defender os seus quando é necessário.

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Embora seja sustentado por jogabilidade simples, Songs Of Conquest é um jogo que exige pensamento estratégico e preparação. É preciso explorar e conquistar território; expandir vilas e cidades; construir todo o tipo de estruturas; garantir que o território está devidamente protegido; recrutar as unidades certas para o nosso exército; gerir recursos e claro, combater as forças inimigas.

A experiência jogo é robusta e tem momentos em que pode ser bastante desafiante. Nesses casos uma boa preparação é quase sempre a chave para o sucesso, até porque esta não é uma experiência que recompensa o avanço imprudente.

Explorar mapas; conquistar territórios; construir edifícios; fazer crescer múltiplos exércitos e defrontar as forças inimigas num cenário estratégico. Songs Of Conquest é tudo o que se quer num RPG por turnos, mas ele faz questão de oferecer mais.

As campanhas do modo de história já oferecem bastante conteúdo, mas existem também as campanhas criadas pela comunidade que estendem ainda mais a longevidade do jogo.

Aliás, tu podes criar a tua própria campanha como tantos outros jogadores já fizeram. O processo de criação não é difícil mas demora o seu tempo.

Há também há o modo “Conquest” no qual tu podes jogar em mapas pré-existentes, escolher cenários pré-construídos ou simplesmente gerar um mapa aleatoriamente.

E finalmente tens o modo de multijogador que suporta partidas entre 2 até 8 jogadores e no qual podes participar em batalhas contra todos os jogadores ou até cooperar para que juntos consigam atingir os mesmos objetivos.

Há conteúdo “para dar e vender” nesta experiência de jogo e, reforçamos mais uma vez, proporcionado com uma jogabilidade tão simples que se resume a cliques.

A beleza da arte pixel

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 Songs Of Conquest é o exemplo perfeito de como muita criatividade aliada a arte pixel pode resultar em trabalhos absolutamente deslumbrantes.

O jogo mistura cenários tridimensionais com arte pixel 2D numa espécie de aventura 2.5D. Apesar de não ser exigente no departamento gráfico, ele possui visuais fantásticos integrados num mundo cheio de personalidade e com uma identidade visual única.

Os cenários e as estruturas são belíssimas; os detalhes das personagens e as animações também. Existem momentos em que ele é um autêntico regalo para os olhos de quem aprecia este tipo de arte.

Nós sabemos que foi uma jornada longa de desenvolvimento para a Lavapotion e que a meio, a equipa tomou a decisão difícil de refazer por completo o visual do jogo. Ainda bem que o fez, até porque hoje em dia é difícil imaginar Songs Of Conquest num registo visual muito mais “cartoon” e leve, como numa determinada altura chegou a ser.

Mas não, a arte neste jogo reflete a seriedade da temática. Estamos a falar de conflitos sérios entre nações, de personagens marcadas por cicatrizes profundas causadas por inúmeras batalhas.

Não é que Songs Of Conquest não seja colorido, mas ele é também “assombrado” por uma obscuridade visual propositada que transmite para o jogador o peso da responsabilidade de gerir exércitos e territórios.

O som

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A experiência de Songs Of Conquest é complementada por uma banda sonora de qualidade. São melodias dignas de um grande épico de fantasia cinematográfico e que contribuem bastante para a imersão.

Os efeitos sonoros, apesar da sua simplicidade, enquadram-se perfeitamente com a temática do jogo. Houve uma grande atenção ao pormenor nesta área e até os pequenos efeitos sonoros, como por exemplo quando movimentamos uma personagem pelo mapa, são muito bons.

A solidez neste departamento é importante porque obviamente acrescenta qualidade à experiência.

O longevidade

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Com as campanhas; a criação de mapas aleatórios; as campanhas criadas pela comunidade e o multijogador, Songs Of Conquest é facilmente uma experiência para largas centenas de horas.

É claro que para que isso aconteça é necessário que este tipo de jogo seja “a tua praia”. Ainda assim, no que a RPG’s por turnos diz respeito, esta é talvez uma das experiências mais convidativas para os novatos no género.

As campanhas exploram ao pormenor o sistema de jogo e são uma boa preparação para os modos mais exigentes. Os níveis de dificuldade também estão bem balanceados e na dificuldade normal o jogo consegue ser simultaneamente acessível e desafiante.

9.0 NOTA FINAL

Altamente recomendado!

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Songs Of Conquest é um dos melhores RPG’s atualmente disponíveis no mercado. Desde os seus visuais deslumbrantes; passando por uma história envolvente e recheada de personagens carismáticas; os diferentes modos de jogo; as campanhas comunitárias e culminando com o multijogador, este jogo é de facto uma experiência completa.


História 9
Jogabilidade 9
Grafismo 9
Banda Sonora e efeitos sonoros 9
Longevidade 9
POSITIVOS
  • 4 campanhas
  • campanhas comunitárias
  • longevidade
NEGATIVOS
  • não traz nada de novo

Última atualização: Maio 29, 2024 às 10:20

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Paulo Figueiredo

O Figueiras é um elemento fundamental da Gaming Portugal e a figura mais respeitada da equipa. A sua vida atarefada impede-o de acumular uma posição de maior destaque. A sua participação na Gaming Portugal é motivada principalmente pelo gosto por gaming e dá-lhe um prazer especial saber que nesta casa a “independência” é uma característica definidora.

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Helder Sousa

Adepto do ar livre e dos desportos radicais, nós nunca sabemos se no próximo fim-de-semana ele não irá longe demais, levando a equipa a ficar com um elemento a menos. Quer dizer, o exercício é uma coisa boa, mas quando isso envolve quedas de grandes alturas ou escaladas perigosas, talvez seja melhor ficar em casa a jogar videojogos.

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