The Spirit of the Samurai é um jogo de ação com uma componente de terror e que usa animação “stop-motion” 2D.
A utilização de animação estilo “stop-motion” não é algo muito comum no mundo dos videojogos. E há uma razão para isso, os estúdios parecem ter receio que ela prejudique a fluidez visual dos seus videojogos.
A animação “stop-motion” já foi usada algumas vezes no mundo dos videojogos com algum sucesso, mas na indústria do entretenimento é no cinema que é possível encontrar grandes sucessos.
Mas o que é certo é que a “Digital Mind” decidiu arriscar e criou este The Spirit of the Samurai, um que logo à partida se distingue de todos os outros precisamente pela sua aparência única.
Mas será que, para além da animação “stop motion” ele consegue distinguir-se pela positiva em todas as outras áreas?
Continua a ler a nossa análise para saberes a nossa resposta…
A história e apresentação
No jogo nós seguimos a história de Takeshi um samurai japonês que tem de proteger a sua aldeia do ataque de um Oni que tenta conquistar a terra com o seu exército de mortos-vivos
Na realidade nós controlamos não uma mas três personagens alternadamente e para além de Takeshi, também temos Kodama, um espírito corajoso, mas pequeno; e Chisai, um gato guerreiro.
Cada um interage com o mundo de uma forma diferente, desde o intenso combate com espadas até às plataformas e exploração precisas.
Na pele de Takeshi nós interagimos com várias personagens que vamos encontrando ao longo do caminho. Existem muitos diálogos e no geral a sua qualidade é bastante boa.
O visual “stop-motion” ajuda a tornar os momentos ainda mais cinematográficos e envolventes e somos obrigados a confessar que não estávamos à espera de tanta qualidade.
Se por um lado é verdade que no fundo não se trata de uma narrativa muito original, porque é mais uma história de mortos-vivos, pelo outro ela é sólida e consegue até superar videojogos com orçamentos superiores.
O grafismo
Visualmente The Spirit of the Samurai é de facto diferente de tudo o resto que há no mercado. A escolha pela animação estilo “stop-motion” confere-lhe essa identidade.
As “cutscenes” são talvez o ponto mais alto neste departamento. A sua qualidade é surpreendentemente boa e os modelos das personagens ou os cenários são belíssimos.
Já no que diz respeito aos visuais durante a experiência de jogabilidade, aí a conversa já é outra. Bem sabemos que é um risco grande optar pelo “stop motion” sobretudo porque a fluidez visual pode ser prejudicada.
Na nossa opinião é isso que acontece e muito embora as animações sejam boas, não é uma experiência visual que seja muito agradável ao olhar.
A dificuldade da utilização do “stop motion” prende-se com isto mesmo, é difícil fazê-lo funcionar numa experiência de jogo que no fundo se processa com rapidez como é um caso de um jogo de ação e plataformas como este.
É uma situação interessante, porque o jogo está bem desenhado, a arte é boa e como referimos as “cutscenes” foram uma surpresa agradável.
Achamos que o problema se prende mais com o facto do “stop motion” não ser o tipo de animação ideal para um jogo de ação.
A jogabilidade
The Spirit of the Samurai é principalmente um jogo de ação com alguns elementos de plataformas pelo meio.
Quando controlamos Takeshi é quando o jogo se encontra no seu melhor. Atacar inimigos, defender ataques e contra-atacar é uma experiência divertida e recompensadora.
Os “combos” que nós podemos escolher são muito provavelmente a parte mais interessante e dá um gosto especial quando tudo encaixa no momento certo e sentimos que somos samurais quase invencíveis.
Por outro lado, é uma jogabilidade que não acrescenta nada de novo ao género, que é como quem diz, há jogos que fazem muito mais e melhor no mercado.
E quando jogámos com o Kodama ou o gato Chisai, a coisa manteve-se mais ou menos semelhante. Existem alguns momentos de plataformas e alguma ação, mas o que queríamos mesmo é voltar a jogar com o Takeshi.
As batalhas com os bosses são divertidas, mas mais uma vez, são demasiado genéricas para o bem do jogo.
Mesmo assim a jogabilidade é divertida e tem alguns momentos que chega a ser recompensadora. O visual “stop motion” pode não ser o ideal para um jogo de ação, mas não prejudica em nada a jogabilidade.
A ação do jogo é consistente, o sistema de “combos” funciona bem e aprender a bloquear e contra-atacar é meio caminho andado para sermos bem sucedidos.
Ou seja, The Spirit of the Samurai até pode ser genérico na jogabilidade, mas não deixa de ser um trabalho decente.
O som
O som é outro dos aspetos positivos da experiência e está muito bem conseguido.
Quer seja a banda sonora, os efeitos sonoros ou o “voice acting” a qualidade é geralmente acima da média.
Sentimos sempre o peso das movimentações de Takeshi e como os seus golpes podem ser devastadores contra os inimigos.
Aliás o som contribui bastante para a imersão, quer seja durante as “cutscenes” ou no campo de batalha e é mais um ponto positivo.
Últimas palavras
The Spirit of the Samurai é uma experiência de ação divertida que se destaca sobretudo pela animação “stop motion”.
Visualmente não há nada como ele no mercado e isso ajuda a torná-lo único, porém a realidade é que se trata de uma experiência de ação demasiado genérica que não traz nada de novo para o género.
Como se isso não bastasse, trata-se de uma experiência curta que dificilmente ultrapassa as 6 ou 7 horas, uma longevidade abaixo do esperado tendo em conta a concorrência no mercado.
Apesar disso ele consegue ser uma experiência divertida e tecnicamente nem sequer é um mau jogo.
Outras fontes para o vídeo: Rumble
Última atualização: Dezembro 12, 2024 às 07:53