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Tiny Thor – Análise

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Tiny Thor é um jogo de plataformas 2D e mais uma prova de que o género continua tão relevante como sempre esteve.

Este jogo em particular vai buscar inspiração aos grandes clássicos de plataformas de 16 bits e conta com uma jogabilidade muito focada na utilização do famoso martelo do Thor chamado Mjölnir. Num género cada vez mais saturado será que Tiny Thor tem o que é preciso para se destacar? A resposta está nos parágrafos que se seguem.

Veste a pele de Thor, ou melhor de uma versão mais nova e bem mais adorável do popular herói nórdico. Tiny Thor é o tradicional jogo de plataformas 2D a que estamos habituados e faz-se valer de um visual “retro” que relembra as experiências de plataformas de 16 bits.

Estamos perante mais um produto do mercado independente de videojogos que tem vindo a criar títulos muito interessantes dentro deste género. A realidade é que o 2D tem muitas vantagens para equipas pequenas porque por um lado não exige tantos recursos de desenvolvimento e pelo outro a sua versatilidade permite dar largas à imaginação.

Não é por acaso que o género 2D continua extremamente popular e como se isso não bastasse o visual “retro” está definitivamente na moda. Tiny Thor vem obviamente tentar aproveitar esta oportunidade.

O jogo conta-nos a história do pequeno Thor quando ele ainda é uma criança e recebe como prenda de aniversário o poderoso martelo Mjölnir. No videojogo o Thor está longe de ser a personagem poderosa que muitos já conhecem da banda desenhada ou do cinema. Pelo contrário e embora continue a ter algum poder, ou não fosse ele um Deus, neste videojogo ele é muito mais uma criança curiosa e aventureira que não tem medo de enfrentar novos desafios.

A história não é elaborada, aliás é de certa forma dispensável porque no fundo pelo nome do jogo percebemos logo que vamos jogar com o Thor e utilizar a sua arma de eleição. Contudo para os fãs da personagem talvez tenha sido perdida uma oportunidade para explorar todas as possibilidades que esta versão oferece.

O grafismo

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Sendo Tiny Thor uma referência ao grafismo de 16 bits, pode-se dizer que as suas limitações neste departamento são auto-impostas. Isso não é de todo um problema, porque o trabalho artístico e a qualidade das animações são o que fazem com que um videojogo 2D se destaque.

Pois bem, neste jogo encontrei um trabalho artístico de qualidade e que salta à vista mesmo com a limitação óbvia na reprodução dos clássicos 16 bits. Os cenários estão bem desenhados, o pequeno Thor está cheio de personalidade e as animações também estão muito bem conseguidas.

Há 20 anos atrás um jogo como o Tiny Thor tornava-se numa referência instantânea dentro do género e nesta medida o artista conseguiu captar na perfeição a era que o jogo pretende representar. Como é óbvio o trabalho artístico moderno acaba por ser sempre superior aos jogos antigos porque é desenvolvido com muitos mais recursos – mesmo tratando-se de um jogo independente – , ou seja, visualmente ele está adaptado às exigências destes novos tempos.

Outra nota importante é o facto de Tiny Thor não ser um jogo visualmente muito repetitivo, algo que por vezes acontece até com títulos de grande orçamento. Pelo contrário há variedade visual, cada nova área traz consigo novidades e já agora, é importante mencionar os “bosses” que na sua maioria estão também muito bem desenhados.

Visualmente não há nada que me tenha desiludido em Tiny Thor e isso é uma excelente notícia.

A jogabilidade

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Tiny Thor é até certo ponto uma experiência clássica de plataformas 2D com muitos saltos de precisão, inimigos pelo meio. No entanto a mecânica mais importante de jogabilidade reside na utilização do icónico Mjölnir, o martelo do Thor.

O martelo faz parte da jogabilidade e passamos a maior parte do tempo a atirá-lo para fazermos um pouco de tudo, desde acertar com ele nos inimigos ou até mesmo utilizá-lo na resolução de puzzles. O martelo faz ricochete nas superfícies e como tal torna-se desde muito cedo numa ferramenta que o jogador precisa de aprender a utilizar.

É uma mecânica de jogabilidade que não é surpresa no mundo dos videojogos e que nem sempre é bem recebida pelos jogadores. No caso de Tiny Thor a sua implementação até é francamente boa, porém a fluidez da jogabilidade pode ser afetada pela constante utilização do martelo e é necessária alguma habituação ao mesmo.

Confesso, não sou o maior fã desta implementação porque sou muito mais apreciador de jogos de plataformas com mecânicas de jogabilidade que estejam mais integradas com o salto. Não sou grande fã de controlar um segundo objeto e muito embora a utilização do martelo esteja longe de ser complexa ou especialmente difícil, não é algo que me agrade muito.

Como é óbvio e porque estamos a falar de um videojogo com o nome “Thor”, o martelo é obrigatório e reforço mais uma vez, a sua aplicação é boa embora não se encaixe no meu gosto pessoal.

Por outro lado é necessário realçar a criatividade dos criadores do jogo, porque perante puzzles ou obstáculos nunca existe uma só maneira de os resolver. Pelo contrário há multiplas formas para resolver problemas e isso só é possível porque temos à nossa disposição um martelo que é capaz de fazer muito mais do que apenas atingir inimigos.

Dito isto, há um enorme potencial neste jogo para “speedruns” e não tenho dúvidas de que alguns jogadores vão fazer do Mjölnir um martelo bem mais poderoso e determinante do que eu fui capaz de fazer ao longo da minha experiência. Aliás eu acredito mesmo que este poderá ser um excelente videojogo para este tipo de competições.

No geral no entanto não registei problemas com a jogabilidade, o controle da personagem é preciso; o controle do martelo embora não me agrade também tem bastante precisão e só exige alguma habituação; as lutas com os bosses são divertidas e desafiantes e os momentos de maior dificuldade são ultrapassados com a repetição característica deste tipo de jogos.

Tiny Thor não é o jogo de plataformas mais difícil que eu já joguei, no entanto tem os seus momentos e desde muito cedo obriga o jogador não só a dominar os saltos de precisão como a combiná-los com a utilização do martelo. Em retrospetiva tenho de reconhecer que sem o martelo a experiência seria muito menos recompensadora e divertida.

A banda sonora e efeitos sonoros

A banda sonora e os efeitos sonoros acompanham na perfeição a experiência e refletem a natureza “retro” do jogo. A banda sonora é um trabalho original do Chris Hülsbeck, um compositor que possui um extenso trabalho no mundo dos videojogos e cujas músicas são quase sempre sinónimo de qualidade e felizmente Tiny Thor não é exceção.

A variedade e o desafio

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O jogo conta com três reinos distintos e mais de 30 níveis e existem muitos segredos e para além de utilizarmos o martelo também vamos ganhando habilidades especiais. Há variedade suficiente para deixar satisfeito o típico fã de jogos de plataformas 2D mas digamos que não é propriamente um jogo muito grande.

Por outro lado quando chegamos ao fim é sempre possível encontrar motivação para voltá-lo a jogá-lo para conseguir todos os colecionáveis bem como fazer melhores tempos a completar os níveis.

Como referi em cima, há um enorme potencial para “speedruns” e alguns jogadores provavelmente vão querer dominar o jogo até à exaustão para baterem os níveis no mínimo tempo possível ou até o jogo. Mesmo que não sejas um adepto de “speedruns” como é o meu caso, a verdade é que colocar o relógio e perseguir melhores tempos é muito divertido.

Se é verdade que existem jogos de plataformas 2D mais robustos e divertidos?

Sim é verdade, mas também é verdade que os grandes fãs do género já jogaram a maior parte deles e é sempre bom que existam novas adição ao género.

Tiny Thor é exatamente aquilo que parece ser

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Tiny Thor é um jogo que não engana, está longe de ser uma experiência que pretende revolucionar o mercado nem tão pouco é o melhor jogo de plataformas 2D que anda por aí. No entanto é um jogo sólido que faz uso de uma boa personagem e que tenta incorporar mecânicas de jogo que vão além do simples salto.

É também um jogo bem desenhado que homenageia bem os clássicos de 16 bits, é fácil de se jogar mas exige prática para ser dominado e tem momentos desafiantes que ajudam a tornar a experiência recompensadora. O jogo é tudo o que poderemos querer de uma experiência de plataformas 2D e para além disso deverá fazer as delícias dos praticantes de “speedrunning”.

6.3 NOTA FINAL
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Apresentação 6
Grafismo 6
Jogabilidade 7
Banda Sonora 6
Positivos
  • precisão
  • desafiante
Negativos
  • demasiado simplista
  • nada de novo
Resumo

Uma experiência de plataformas divertida, desafiante e que é também uma excelente homenagem aos grandes clássicos de plataformas 2D de 16 bit

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Última atualização: Junho 1, 2023 às 15:32

Tiny Thor é divertido e desafiante!

Uma experiência de plataformas divertida, desafiante e que é também uma excelente homenagem aos grandes clássicos de plataformas 2D de 16 bit.

6.3
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