Yu Suzuki é um dos nomes mais famosos do mundo dos videojogos e criador de alguns dos melhores jogos da história. Recentemente em entrevista à revista japonesa Famitsu ele falou um pouco sobre uma área em que foi pioneiro, a dos jogos de mundos abertos.
Em 1999 a Sega lançou para o mercado um jogo completamente inovador, trata-se de um RPG que se passava num mundo virtual gigantesco e interactivo. A obra de arte saiu das mãos de Yu Suzuki e com um custo de produção acima dos 45 milhões de euros tornou-se no jogo mais dispendioso da altura. Shenmue contava a história de Ryo Hazuki, um jovem que assistiu ao assassinato brutal do seu pai e procura por vingança.
A primeira edição do jogo saiu em 1999 e a segunda chegou em 2001, no total os dois jogos tiveram custos acima dos 67 milhões, todavia Shenmue era claramente um jogo muito à frente da sua época e foi por isso que conquistou tantos fãs. Na Dreamcast, a extinta consola da Sega que também marcou uma geração, os gamers desfrutaram do seu primeiro jogo com um mundo aberto cheio de possibilidades, era quase como se estivéssemos a jogar um filme.

Em entrevista à Famitsu, Yu Suzuki falou um pouco sobre Shenmue, as razões pelas quais ele foi tão dispendioso e tentou prever como será o mercado japonês de desenvolvimento de jogos durante os próximos anos.
“A principal diferença entre jogos de mundos abertos e outros jogos encontra-se no seu enorme tamanho. Criar objectos, determinar como o clima e a hora do dia afectam o que se passa requer muita mão de obra, tempo e trabalho”
Suzuki revelou que na altura em que Shenmue foi criado ele procurava por um novo desafio, os jogos de mundos abertos não eram habituais e ele pretendia criar para os gamers uma experiência única. Os custos elevados deveram-se principalmente ao facto de ele e toda a sua equipa serem pioneiros. Shenmue envolveu uma quantidade colossal de trabalho, com cidades complexas cheias de pessoas, objectos , lojas, casas, parques e praticamente tudo o que existe numa cidade real.

Quando questionado sobre o futuro e as razões pelas quais as companhias de desenvolvimento japonesas colocam de parte os jogos de mundos abertos, Suzuki disse que existem vários obstáculos. Primeiro os japoneses não apreciam estar constantemente a batalhar para cumprirem os orçamentos, para que isso acontecesse seria necessário automatizar mais os mecanismos como acontece nos jogos actuais de mundos abertos, o problema é que ainda parece existir alguma resistência a isso porque iria resultar numa perda de qualidade geral do videojogo.
“O importante no futuro são a IA (Inteligência Artificial) e tecnologia nos processos de automatização. Se nós conseguirmos fazer isso bem, então o Japão pode certamente voltar a ser o número um”
Talvez no futuro as companhias japoneses se comecem a dedicar cada vez mais aos jogos de mundos abertos, especialmente numa altura em que a indústria evolui a um ritmo impressionante e tudo será mais fácil. Para nós uma excelente notícia seria a continuação da saga Shenmue, é que até hoje ainda não houve nada que se assemelhasse à sua magia.
Fonte: 1Up
Última atualização: Maio 26, 2011 às 21:17