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Wildkeepers Rising – Análise (acesso antecipado)

Wildkeepers Rising é um RPG roguelite bullet heaven no qual podemos domesticar e treinar feras mágicas, mas será que é uma boa adição ao género?

Wildkeepers Rising é mais uma daquelas experiências simples e imediatas que vem tentar encontrar o seu espaço dentro de um género que continua a conquistar jogadores um pouco por todo o mundo.

O “bullet hell” ou, neste caso, o “bullet heaven” é muitas vezes descrito como um jogo estilo “Survivors” numa referência ao titulo que foi um dos principais responsáveis por colocar este género no mapa, o Vampire Survivors.

Ou seja, experiências que primam pela simplicidade e acessibilidade a adaptam-se tanto a sessões de jogo curtas como mais longas.

São jogos que não obrigam o jogador a pensar muito e possuem mecânicas de jogabilidade tão acessíveis que, na maior parte dos casos, só envolvem movimentação básica.

Wildkeepers Rising é mais um desses jogos que tenta capitalizar com a crescente popularidade do género.

Mas será que ele tem o que é preciso para se destacar?

Continua a ler a análise se quiseres saberes a minha resposta…


Acesso Antecipado
Este artigo é sobre um jogo que ainda se encontra em “acesso antecipado” e não foi lançado oficialmente. Se estás a considerar a sua aquisição é importante que saibas que, na data de publicação deste artigo, não estarás a comprar um jogo completo, mas sim um jogo ainda em desenvolvimento.

A apresentação / história

Durante os últimos tempos eu tenho jogado inúmeros “bullet hell” e todos eles têm uma coisa em comum: uma história simples ou uma ausência completa de história.

Wildkeepers Rising é um pouco diferente porque a equipa de desenvolvimento dedicou algum tempo à história. Aliás este jogo conta mesmo com uma apresentação algo elaborada para o género.

Embora ainda esteja em “acesso antecipado” a sua história já funciona como elemento distintivo só pelo facto de ela ser suportada por uma apresentação com narração e pelas personagens terem vários diálogos que ajudam a dar sentido ao mundo.

Mas apesar de ser um elemento distintivo, eu diria que se trata de um esforço que ao final do dia não será propriamente recompensador.

Escrevo isto devido à natureza deste género de jogo ao qual os jogadores recorrem quando procuram por algo mais imediato e simples. Que é como quem diz: a história é secundária.

Essa é a razão pela qual os “bullet hell” geralmente não apostam muito na história deixando os jogadores “preencherem o vazio” com a sua própria imaginação.

Aliás, para muitos jogadores, história e diálogos até são encarados como empecilhos entre eles e a experiência de jogo.

Dito isto, eu pessoalmente não acho que a existência da história seja negativa e considerando o conceito de jogabilidade deste jogo, até é um contexto interessante para explorar com uma história.

Tenho de reconhecer no entanto que, num jogo destes uma história só é capaz de fazer a diferença se for extraordinariamente bem contada, mas não é isso que acontece e como consequência o seu impacto na nota final é reduzido.

A jogabilidade

Wildkeepers Rising não é muito diferente do “bullet hell” tradicional apesar de incorporar uma mecânica na qual vamos reunindo criaturas que nos auxiliam no campo de batalha.

Essas criaturas chamam-se “guardiões” e cada um deles possui o seu estilo de jogo e habilidades. Um guardião pode ser exímio do combate corpo-a-corpo enquanto outro é mais focado nos ataques à distância e a lista continua.

As personagens que controlamos também atacam e são competentes a defenderem-se, no entanto sem a ajuda dos guardiões e das suas habilidades a sobrevivência seria muito mais difícil.

A jogabilidade é a habitual com movimentação básica, um “dash” para evitar situações de muito perigo e os outros botões correspondem às habilidades especiais dos nossos guardiões que podemos utilizar sempre que estão disponíveis.

Há um “cooldown” quando usamos a habilidade de um guardião e quando temos vários no grupo é possível coordenar a sua utilização e fazer combinações para melhorarmos as nossas chances de sobrevivência.

A utilização das habilidades especiais adiciona uma camada extra de complexidade à experiência de jogo quando comparado com outros títulos do género, mas mesmo assim trata-se de uma jogabilidade extremamente simples.

No início começamos relativamente frágeis, mas à medida que vamos desbloqueando novas personagens; habilidades; guardiões e sobretudo investindo em “upgrades” a experiência vai-se tornando mais acessível e recompensadora.

É no geral uma experiência boa, a jogabilidade é decente embora na minha opinião não se encontre ao nível de outros títulos que já avaliei aqui na Gaming Portugal.

Falta-lhe alguma fluidez nos movimentos, o “dash” inicial não é muito útil mas felizmente os guardiões ajudam-nos a “limpar caminho” quando ficamos rodeados de inimigos.

É importante não esquecer que o jogo ainda se encontra em “acesso antecipado” e espero que muitos aspetos sejam melhorados ao longo dos próximos tempos.

O grafismo e a arte

Artisticamente estamos perante um jogo desenhado à mão com uma arte que eu diria até é acima da média para o género. No entanto tenho de ser honesto, não é um tipo de arte que eu pessoalmente aprecie.

Para mim o problema é que é demasiado abonecado e infantilizado de uma forma que me relembra um jogo “mobile”. É claro que o gosto pela arte de um determinado jogo é sempre subjetivo, eu posso não gostar e para outro jogador ela pode ser excelente.

Colocando então a subjetividade de parte, as personagens e as criaturas estão bem desenhadas e cheias de detalhes, o mesmo acontece com os cenários e as animações também têm qualidade.

Que é como quem diz: o jogo tem uma identidade visual que o distingue da concorrência goste-se ou não do seu estilo artístico.

Tal como acontece com a história, nota-se que foi dada uma atenção especial à arte e, lá está, apesar de isso não ser determinante para a jogabilidade, é sem dúvida alguma um ponto positivo.

A banda sonora e os efeitos sonoros

Os efeitos sonoros são decentes mas ainda não se encontram ao nível das grandes referências dentro do género. Destruir dezenas ou centenas de inimigos e recolher a experiência não é uma experiência sonora tão recompensadora como um Vampire Survivors, Keeper’s Toll” ou um “Scarlet Tower“.

A banda sonora no entanto acaba por compensar essa falha com melodias de grande qualidade que acrescentam à experiência de jogo e conferem ainda mais identidade ao mundo peculiar que nos rodeia.

A longevidade

Para um jogo em “acesso antecipado” Wildkeepers Rising já consegue oferecer um volume de conteúdo respeitável que consegue rivalizar até com títulos que já foram lançados oficialmente.

O jogo tem história; várias personagens; diálogos; um grande número de guardiões; vários cenários e consegue oferecer um nível surpreendente de variedade.

É claro que ainda tem pela frente trabalho, mas neste momento ele já revela capacidade para se afirmar e conquistar o seu espaço dentro do género. O que é uma excelente notícia.

Últimas palavras

Wildkeepers Rising é um jogo sólido que adiciona alguma frescura ao género com a mecânica dos guardiões. Apesar de estar ainda em “acesso antecipado” ele já se consegue distinguir da concorrência.

Dito isto, na minha opinião, ele não é uma experiência tão recompensadora e “viciante” como o “bullet hell” tradicional. Jogos como o Vampire Survivors ou o recentemente avaliado Rogue: Genesia ainda são experiências que é difícil superar.

De qualquer maneira para um jogo em “acesso antecipado” Wildkeepers Rising está claramente no bom caminho e o futuro adivinha-se promissor.

7.0 NOTA FINAL
4 de 5

com 1 votos de leitores

Apresentação 7
Grafismo 7
Jogabilidade 7
Banda Sonora 7
positivos
  • longevidade
  • guardiões
  • história
negativos
  • jogabilidade
  • efeitos sonoros
Resumo

Wildkeepers Rising é uma boa adição ao género, já oferece bastante conteúdo e tem potencial para crescer.

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4 (1)

Última atualização: Abril 1, 2025 às 19:43

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