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A Nintendo Switch “matou” a consola tradicional

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Em janeiro de 2017 eu escrevi que a “história ensinou-nos a não descartarmos a capacidade de resiliência da Nintendo“, alguns meses mais tarde a Switch reforçou essa ideia e agora, uns impressionantes sete anos depois cá estou eu, com ajuda, a afirmar que a Nintendo Switch “matou” a consola tradicional.

Nós não somos muito de “clickbait” na Gaming Portugal, mas neste artigo em particular temos de confessar que a utilização da palavra “matou” é um exagero calculado. É claro que a Nintendo Switch não “matou” realmente as consolas tradicionais, até porque elas continuam bem de saúde. Aliás de certa maneira a Switch, apesar da sua natureza multifacetada, é talvez a consola mais tradicional disponível hoje no mercado.

Em sete anos de existência a consola híbrida da Nintendo ocupa o terceiro lugar das consolas mais vendidas de todos os tempos ficando só atrás da Playstation 2 em primeiro lugar, seguida de mais outra consola Nintendo, a DS. Com mais de 139 milhões de unidades vendidas a Switch aparece em terceiro lugar na lista.

E sabem quantas consolas da companhia aparecem no top 10?

Cinco! Ou seja, no top 10 das consolas mais vendidas da história, as consolas Nintendo ocupam metade desses lugares. É obra!

Voltando ao que interessa…

A Switch é, com uma grande distância, a consola mais vendida desta geração mas coincidentemente é também a menos poderosa. Quer dizer, nem isso é 100% verdade, porque depende da perspetiva. Enquanto consola tradicional ela está longe de ser a mais poderosa, mas se pensarmos nela como uma consola portátil, até carrega consigo um poder impressionante mesmo depois de tantos anos.

Mas quando um jogador compra uma Switch ele não o faz a pensar na potência da consola, pelo contrário ele fá-lo a pensar na sua natureza multifacetada e na possibilidade de poder jogar os seus jogos preferidos onde e como quiser. Se Satoru Iwata fosse vivo, ele estaria a dizer orgulhosamente “nós estávamos certos“.

E depois de 139 milhões de unidades vendidas, é difícil dizer o contrário. A realidade é que a Switch é a consola moderna perfeita porque consegue satisfazer na perfeição as necessidades do jogador moderno.

Hoje em dia com o lançamento do Steam Deck e outras portáteis, a Switch até pode não ser a consola portátil mais poderosa do mercado mas continua a ser a mais simples; versátil e adaptável de todas. São estas qualidades únicas que garantem o seu domínio no mercado e que fazem dela uma consola tão relevante hoje como no dia do seu lançamento.

Uma nova forma de jogar sem restrições

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Com a Nintendo Switch nós deixámos de estar “presos” no sofá frente à televisão, passámos a levar “no bolso” connosco a consola tradicional e os nossos jogos preferidos. E, pela primeira vez na vida, pudemos experimentar o que é jogar sem restrições.

Mas curiosamente isso não nos levou a descartarmos as outras plataformas, pelo contrário e apesar de sabermos que consolas como a Playstation 5 ou a Xbox Series ou o gaming no PC são incapazes de oferecer este tipo de experiência, a Switch sempre nos pareceu muito mais um complemento do que um concorrente.

E isso leva-nos de volta a outro fenómeno interessante: todos querem uma Nintendo Switch, até os jogadores de outras plataformas.

Um dos grandes segredos do sucesso da plataforma prende-se com o facto de jogadores de Playstation, Xbox e PC também quererem comprar uma Switch. De facto não é incomum encontrar um jogador destas plataformas que também tem uma.

As qualidades únicas da consola híbrida da Nintendo tornaram-na quase um complemento obrigatório para o jogador mais “hardcore” que já tinha outras plataformas ou era, até mesmo, fã de outras plataformas.

São estas particularidades que contribuem para o sucesso da Switch, a sua adaptabilidade faz com que ela seja uma consola para todos os gostos. Desde jogadores casuais; passando pelos “hardcore”; é para pequenos e graúdos; uma excelente plataforma de jogos para a família e até se posiciona como a consola ideal para aqueles que querem iniciar a sua jornada no mundo dos videojogos.

A história dos exclusivos

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A exclusividade no mundo dos videojogos está aos poucos a desaparecer. As consolas Xbox estão naturalmente ligadas ao computador através do Windows e a própria Sony tem lançados alguns dos seus jogos exclusivos de maior destaque no PC.

Mas a Nintendo permanece “fechada” e com um catálogo de exclusivos de enormíssima qualidade. Na verdade a estratégia, muitas vezes criticada, da Nintendo para as suas consolas é sempre a mesma e consiste no lançamento de novos títulos para os seus “franchises” mais populares.

É praticamente garantido que vamos ter aventuras no Universo do “Super Mario” ou do “Zelda” numa nova consola da Nintendo e que “franchises” mais recentes e bem sucedidos continuem a receber novos títulos.

Há quem critique a companhia e acuse de fazer o mesmo durante décadas, porém “o mesmo” para a Nintendo é sinónimo de sucesso e os números defendem as suas decisões. Para além disso a simplicidade da estratégia talvez permita uma maior canalização de esforços para o desenvolvimento de videojogos e para os jogadores, pouco importa se é “mais um Mario” ou “mais um Zelda”, o que interessa é que sejam bons jogos.

O “Super Mario Odyssey” não revolucionou mas é um dos melhores jogos de plataformas 3D hoje disponíveis no mercado, o “Breath of the Wild” é talvez um dos melhores RPG’s de todos os tempos e a sua sequela “Tears of the Kingdom“, lançada no ano passado, trouxe ainda mais qualidade ao “franchise”. Jogos como o Bayonetta 3Animal Crossing: New Horizons; Luigi’s Mansion 3; Mario Kart 8 Deluxe; Metroid Dread; Pikmin 4; Splatoon; Yoshi’s Crafted World entre outros, são todos de grande qualidade.

A Nintendo é defensora do principio de que “é o bom software que vende hardware” e qualidade em videojogos é algo que nunca escasseou por aqueles lados. Para além disso a companhia sempre apostou forte na qualidade da experiência com o seu hardware, mesmo que isso se traduzisse em plataformas menos poderosas.

Esta mesma estratégia acabaria por dar frutos com a Wii, no entanto o fracasso de vendas descomunal que foi a sua sucessora Wii U, elevou o tom das críticas à Nintendo. Muitos apelidaram a companhia de “teimosa” ou “antiquada” e incapaz de criar um bom hardware na nova geração.

É verdade que as vendas Wii U não corresponderam às expectativas e isso foi um fracasso para a Nintendo, porém também foi um período de aprendizagem. Aliás, foi na Wii U que a Nintendo começou a tentar encurtar a linha que separava a consola tradicional da portátil.

Apesar de ter sido um momento doloroso, se há companhia neste mundo capaz de dar a volta por cima, essa companhia é a Nintendo. E foi precisamente isso que aconteceu. Eles fizeram com a Switch o que sempre quiseram fazer com a Wii U, mas que, por questões técnicas, não foi possível na altura.

A Switch, muito à semelhança da Wii, trouxe consigo inovações que satisfazem as necessidades dos jogadores modernos e reúne o melhor de dois mundos: qualidade e inovação no hardware e muita qualidade de software.

A companhia não se limitou a encurtar a fronteira entre o tradicional e o portátil, com a Switch ela eliminou-a por completo!

Em 2024 a Switch é a melhor consola e Switch 2 já está a caminho

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Sete anos depois a Nintendo Switch continua a ser a melhor e mais completa consola no mercado. Mas tudo indica que este ano será marcado também pelo lançamento da Nintendo Switch 2 e escusado será dizer que, mais uma vez, há um enorme potencial de sucesso para a companhia.

É mais do que garantido que a Nintendo vai permanecer fiel às qualidades da primeira Switch e, quem sabe, poderá adicionar à mistura mais algumas inovações surpreendentes. O que é certo neste momento é que a velhinha companhia nipónica continua a “dar cartas” (isto é um trocadilho para os historiadores) e o futuro advinha-se promissor.

Última atualização: Março 26, 2024 às 14:24

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Ary Costa

Ele foi a força fundadora por detrás da Gaming Portugal e conseguiu reunir uma equipa competente e unida. É um elemento que trabalha nos bastidores mas também publica artigos no website.

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Paulo Figueiredo

O Figueiras é um elemento fundamental da Gaming Portugal e a figura mais respeitada da equipa. A sua vida atarefada impede-o de acumular uma posição de maior destaque. A sua participação na Gaming Portugal é motivada principalmente pelo gosto por gaming e dá-lhe um prazer especial saber que nesta casa a “independência” é uma característica definidora.

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