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InnerSpace Review

Innerspace

O mundo no “Inverso”, uma aventura de exploração pacífica e quase meditativa, um avião que se transforma num submarino e uma estranha experiência que ao final do dia também não é uma análise muito fácil. Ele chama-se InnerSpace.

InnerSpace é um jogo de exploração aérea e também um pouco de exploração subaquática. É uma experiência diferente e por vezes até estranha que pode ser descrita como ideal para quem procura por algo livre de “stress” no mundo dos videojogos.

Nós controlamos um avião no “Inverso”, um mundo de planetas ao contrário e sem horizontes. Eu sei que a descrição é estranha e a acreditem que quando o jogamos toda essa estranheza vem ao de cima mas felizmente isso não acontece de uma forma negativa.

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Quando mais não seja InnerSpace é um jogo difícil de explicar, ou melhor, é uma experiência difícil de explicar por palavras. Por um lado ele é um jogo onde simplesmente controlamos um avião  que se transforma em submarino, pelo outro é uma viagem pela história perdida de um reino moribundo por onde os deuses ainda vagueiam inanimados.

A história é-nos desvendada com a exploração, algo que eu pessoalmente gosto de ver num videojogo porque deixa sempre espaço para ser preenchido pela nossa imaginação. Não quero correr o risco de revelar demasiado no departamento da história mas no InnerSpace nós vestimos a pele do “cartógrafo” que é trazido de volta pelos anciãos que se chamam “arqueólogos”.

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O objectivo do cartógrafo, ou melhor, o nosso objectivo no jogo é ir explorando até que eventualmente encontramos deuses num estado de animação suspensa e que teremos de salvar. Mais uma vez, não quero correr o risco de revelar demasiado da história, mas InnerSpace aborda algumas temáticas universais e sobre a existência que poderão fazer pensar aqueles jogadores que a acompanharem com a atenção que ela merece.

Vamos às partes técnicas…

Está visto que InnerSpace não é um jogo fácil de analisar e como tal é importante voltar às bases e escrever sobre aspectos como a jogabilidade; o grafismo e por aí fora.

No que diz respeito ao departamento gráfico InnerSpace não é tecnicamente um jogo super-impressionante, mas apesar disso consegue destacar-se pelo excelente trabalho artístico. Quando o jogamos ficamos com a sensação de que estamos a reviver um daqueles sonhos em que podemos voar livremente  e escusado será dizer, quando um videojogo consegue emular um sonho, alguma coisa terá sido bem feita.

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Na minha opinião um bom trabalho artístico é fundamental num videojogo, por exemplo um título 2D dificilmente é impressionante do ponto de vista da potência gráfica, mas pode ser um autêntico regalo para os olhos graças à qualidade do trabalho artístico.

É mais ou menos isto que acontece com InnerSpace que visualmente consegue transmitir a magia do conceito apresentado.

No que diz respeito à jogabilidade é que sou forçado a mudar um pouco o tom. InnerSpace não é um jogo difícil de se jogar, mas fico com a sensação de que os controles poderiam ser muito melhores. O “Inverso” pode ser bastante confuso e se nas áreas abertas controlar o avião não é um problema, nas áreas fechadas pode ser uma dor de cabeça.

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Na procura por relíquias às vezes somos obrigados a entrar em áreas mais limitadas, quando isso acontece torna-se mais dificil voar e ir contra as paredes é quase inevitável. Felizmente o avião não sofre danos e este pequeno problema de jogabilidade acaba por não se transformar num incómodo mais grave.

A banda sonora é relaxante e tal como acontece com os visuais, é bem sucedida a transmitir todo o conceito relaxante e meditativo de InnerSpace. Como referi em cima, o jogo parece ser a manifestação de um sonho mágico e nesta perspectiva é importante reconhecer o mérito da equipa de desenvolvimento.

A progressão…

Devido a InnerSpace ser um jogo que vai explicando tudo o que se passa à nossa volta à medida que o vamos jogando, existem alturas em que poderemos ficar um pouco perdidos e sem sabermos o que fazer a seguir. Mas eu não o vejo como um ponto negativo, pelo contrário acredito que este processo de descoberta faz parte da experiência e ajuda a torná-la mais recompensadora.

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À medida que vamos jogando também começamos a desbloquear novos “airframes” que trazem consigo melhorias significativas como a capacidades de voarmos mais rápido ou de poderem mergulhar e explorarmos as áreas subaquáticas.

Apesar de não existir violência neste jogo nós defrontamos “bosses” que são os tais deuses que devemos salvar. Não se trata de uma luta tradicional contra um “boss” até porque eles nem sequer são uma ameaça e a nossa missão é descobrir como podemos acordá-los do estado de animação suspensa em que se encontram.

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A versão da Nintendo Switch…

Eu tive a oportunidade de jogar a versão do PC e da Nintendo Switch, contudo foi na última que me dediquei ao jogo e a razão para isso é bastante simples: o modo portátil. Dei por mim a desfrutar bastante da experiência do InnerSpace no modo portátil da Switch que mesmo a 720p consegue ser visualmente tão boa como no modo TV da consola.

Porquê jogar InnerSpace?

Este jogo está na linha de experiências diferentes como o Journey ou o ABZU e talvez quem gostou destes dois jogos consiga apreciar o que InnerSpace tem para oferecer. Na minha opinião ele é acima de tudo uma experiência artística muito interessante e indicada para quem procura um pouco mais do que simples explosões num videojogo.


Recomendado
InnerSpace é um conceito belíssimo, uma experiência relaxante e meditativa. O mundo do “Inverso” é fascinante e a história, o trabalho artístico e a banda sonora emulam o que parece ser um sonho em movimento. Estamos perante mais um jogo independente de qualidade e que embora pudesse ter voado mais alto, não desilude e tem momentos em que chega mesmo a surpreender.

Última atualização: Maio 16, 2019 às 08:35

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Ary Costa

Ele foi a força fundadora por detrás da Gaming Portugal e conseguiu reunir uma equipa competente e muito unida. É principalmente um elemento que trabalha nos bastidores e que ocasionalmente publica artigos.

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