Jogar&Repetir

Jogar&Repetir: RUNGORE

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RUNGORE é uma aventura de batalhas em tempo real com elementos de jogos de cartas e mecânicas simples. Talvez tenha passado despercebido para muitos jogadores, mas na simplicidade da sua experiência encontrei um videojogo divertido, viciante e cheio de potencial que é para #jogarerepetir.

Os jogos de cartas, principalmente os de batalhas por turnos, tiveram um “boom” de popularidade durante os últimos anos e parece que todas as semanas há um novo. RUNGORE, que foi lançado numa versão de “acesso antecipado” no ano passado, não é o que se possa considerar uma novidade no mercado. No entanto para muitos jogadores talvez seja porque não é um jogo assim tão conhecido.

O mercado independente de videojogos tem destas coisas, se um título não for um sucesso estrondoso, por vezes podem passar meses ou até anos sem que a maioria dos jogadores tenha ouvido falar dele. RUNGORE até nem é dos mais desconhecidos, mas na minha opinião é tão unicamente divertido que merece ser jogado por mais jogadores.

O jogo vai buscar inspiração a referências do género como o “Slay The Spire” ou o “Loop Hero” e não sou eu que o escrevo, a informação está publicamente disponível na sua descrição. É claro que não é a informação mais importante do mundo porque qualquer jogador consegue perceber isso, mas a transparência é sempre bem vinda.

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Apesar das fontes de inspiração, os criadores de RUNGORE optaram por seguir o caminho das batalhas automatizadas numa mecânica de jogo muito mais rápida e intensa daquela que temos, por exemplo, em “Slay The Spire”. RUNGORE não é um jogo de ataque por turnos, pelo contrário assim que encontramos o inimigo o combate começa de forma automática e depois resta-nos fazer uso das cartas que temos para conseguirmos vantagem e sairmos vitoriosos.

O nosso herói está numa correria constante enfrentando inimigo atrás de inimigo. As únicas pausas reais são quando temos de escolher as cartas antes do próximo combate ou quando finalmente completamos um nível. Nesta medida é um jogo de progressão muito mais rápida, mas no qual também podemos ser derrotados num abrir e fechar de olhos.

Durante as batalhas podemos usar as nossas cartas sem restrições, porém é preciso compreender que usar todas as cartas contra inimigos mais fracos e chegar aos “bosses” sem “munição” extra pode ser um erro fatal. A melhor estratégia é recorrer à utilização das cartas certas nos momentos certos e conservar as melhores para os inimigos mais poderos. Só que é muito mais fácil estar para aqui a escrever a teoria, já a aplicação prática pode ser bem diferente.

Eu gosto muito da correria frenética, da rapidez das batalhas e da progressão no jogo. No início começamos mais desprotegidos com derrotas rápidas e frequentes, mas à medida que vamos ganhando dinheiro, comprando equipamento e desbloqueando novas cartas e personagens, as sessões tornam-se mais longas com muitos momentos de intensidade e caos.

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À nossa disposição – relembrando que o jogo ainda se encontra em “acesso antecipado” – temos 15 heróis (começamos com um e temos de desbloquear os outros), cada um com as suas caraterísticas e estratégia de jogo. Para explorar existem 15 níveis com inimigos aleatórios que nos podem surpreender a qualquer momento. Também temos “pets” que nos ajudam nas batalhas e no geral uma progressão e conteúdo que são respeitáveis para um jogo que ainda se encontra em desenvolvimento.

Uma das caraterísticas que mais me agrada neste jogo é que tudo é intenso e acima de tudo rápido. Também ajuda o sentido de humor que nos acompanha ao longo da experiência e que de vez em quando, mesmo na derrota, nos faz esboçar um sorriso. Não é que as derrotas deixem de ser dolorosas, mas com inimigos escolhidos aleatoriamente existem momentos que a nossa sorte é tão má que só nos resta mesmo isso, um sorriso.

Graficamente o jogo é uma experiência 2D simples, mas suportada por arte e efeitos visuais de qualidade. Às vezes é difícil desfrutar dos seus visuais quando estamos focados em não sermos derrotados de forma inesperada, mas é um trabalho que não fica atrás das grandes referências neste género de jogos.

A banda sonora e os efeitos sonoros são dois pontos muitos fortes em toda a experiência que transmitem na perfeição o estilo “a todo o gás” que caracteriza o jogo. Sem eles acredito que seria mais difícil de considerar RUNGORE uma experiência viciante (no bom sentido claro).

Se gostas de jogos de cartas com batalhas e queres jogar algo que vai além da comum batalha por turnos e adiciona mais intensidade e ação à experiência, então talvez RUNGORE também possa ser para ti um jogo para #jogarerepetir.

Última atualização: Março 22, 2024 às 11:19

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Marcio Olival

O Márcio é uma das forças editoriais da Gaming Portugal, ele também faz um pouco de tudo mas a sua preferência reside nos artigos de opinião. Regra geral ele não é comedido nas palavras, porém em vez de optar pela dureza extrema ele prefere quase sempre pelo sentido de humor.

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