Se olharmos para o mundo do gaming são muito poucos os jogos que fazem jus à frase “a tua imaginação é o limite“, talvez o mais popular de todos seja o Minecraft, mas existe um título que o precede e desde 2004 tem permitido aos gamers darem largas à imaginação. Ele chama-se Blockland, é uma espécie de brincadeira com legos virtuais com uma versatilidade tal que cada sessão de jogo é uma inesperada aventura pelo desconhecido.
Em Blockland eu encontrei um jogo com um formato relativamente simples, ele joga-se como um FPS e permite-nos construir coisas. À nossa disposição temos blocos que são semelhantes aos brinquedos mais famosos do mundo, os legos. A experiência de jogo é no mínimo bastante interessante, estamos a falar de um título extremamente versátil que permite aos gamers criarem as suas próprias experiências de jogo.
A imaginação é de facto o limite porque em Blockland nós podemos criar literalmente tudo o que quisermos, desde grandes e complexas cidades, passando por experiências de multijogador que reproduzem alguns dos melhores jogos no mercado, nas minhas incursões em Blockland eu já vi um pouco de tudo e por vezes dei por mim boquiaberto com o nível de detalhe e esforço colocado por alguns criadores.
Ao contrário do que muitos poderão pensar, este jogo não é um clone dos populares Minecraft ou Roblox, pelo contrário ele precede ambos os jogos e a sua principal fonte de inspiração parecem ter sido os legos, ou melhor, as deliciosas brincadeiras com legos que tantos de nós tivemos durante a nossa infância.
A jogabilidade adopta o formato de simplicidade do jogo, temos disponível um “tutorial” que é uma pequena introdução à mecânica de jogo. Blockland joga-se como um FPS, para as construções temos um menu de blocos onde podemos escolher quais os que pretendemos utilizar, mas o jogo mete também pelo meio “jetpacks” e é possível controlar veículos. A colocação dos blocos é fácil, eu diria mesmo que Blockland é um dos jogos que melhor consegue reproduzir o acto de criação com blocos.
Por detrás da aparente simplicidade esconde-se contudo um jogo complexo e evoluído que desde 2004 tem vindo a ser aperfeiçoado, por isso mesmo hoje a experiência é bastante polida e memorável. É verdade que Blockland pode não ser tão popular como Minecraft ou talvez nunca venha a ser, mas há brilhantismo neste jogo e um potencial virtualmente inesgotável.
O vídeo de baixo é um exemplo perfeito do quão versátil ele pode ser:
O nível de costumização em Blockland é impressionante, um robusto sistema de “Add-ons” para conteúdo criado por utilizadores bem como o suporte para “scripting” utilizando o Torque são garantia de que os criadores terão um controle total sobre o seu trabalho.
O modo multijogador é, na minha opinião, o elemento mais forte deste jogo. Apesar de ser possível jogarmos e construirmos o nosso mundo sem a interferência de outros jogadores, a experiência ganha outra dimensão quando vários jogadores se juntam com o mesmo objetivo. Seja a construir, destruir ou a participar em batalhas hilariantes de multijogador, Blockland é imprevisível e muito divertido para quem aprecia este género de jogos.
A nível gráfico o jogo é bom embora existam limitações naturais e que de resto estão presentes em qualquer título que envolva construção e muita costumização. Mesmo assim em Blockland é tudo muito bonito, nós sentimos que fazemos parte de um mundo de blocos e várias vezes recuamos aos tempos da nossa infância em que brincávamos, lá está, com legos.
Blockland é mesmo um videojogo muito bom, aliás ele encontra-se neste momento em campanha no Steam Greenlight e tendo em conta a sua qualidade, a entrada na plataforma de distribuição digital da Valve parece inevitável.
Ele vive neste momento na sombra de outros grandes títulos que fazem da criação o seu principal trunfo, mas curiosamente a sua história é bem mais longa do que qualquer um deles. Basta jogá-lo para perceber o seu potencial, brincar com blocos em videojogos nunca foi tão divertido por isso ajudem-no a chegar ao Steam porque ele merece estar lá.
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Última atualização: Novembro 19, 2012 às 16:25
Helio Costa
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