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Ubisoft, serviços de subscrições e não ser dono de um videojogo

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Os serviços de subscrição no mundo dos videojogos não são uma novidade e recentemente a Ubisoft deu que falar ao afirmar que gostaria que os jogadores se sentissem mais confortáveis com a ideia de não serem proprietários de um videojogo mas subscritores de um desses serviços. Mas será que alguma vez nós nos vamos sentir verdadeiramente confortáveis com a ideia?

Sê bem vindo ao mundo moderno dos videojogos, um mundo no qual o digital se tornou a regra e onde cada vez menos o jogador é de facto proprietário dos videojogos que compra. Eu sei, a ideia de comprar um videojogo e não ser proprietário do mesmo parece no mínimo estapafúrdia mas é, cada vez mais, uma realidade.

Não me interpretem mal, ainda existe o formato físico e ainda há a possibilidade de comprarmos um jogo digital e o podermos armazenar para a posteridade. No entanto, parece-me a mim, que as grandes distribuidoras gostam cada vez menos dessa ideia, especialmente depois de encontrarem um mercado potencialmente rentável nos serviços de subscrição.

Num serviço de subscrição como o Ubisoft+ o jogador paga pelo acesso temporário a um determinado catálogo de videojogos. Ou seja, compra o acesso durante um mês (por 7,99€ ou 17,99€) e durante esse período pode descarregar e jogar os videojogos disponíveis num catálogo definido pela companhia.

Nada disto é novidade, mas é inegável que nos últimos anos o “formato Netflix” para videojogos tem vindo a ganhar cada vez mais força e até se consegue perceber porquê. Suponhamos que tu tencionas jogar o Prince of Persia The Lost Crown, mas consideras o preço (60€) do jogo muito elevado? A Ubisoft coloca-te à disposição a subscrição de um mês do seu serviço premium (17,99€) que dá acesso a esse mesmo videojogo durante um mês.

Subscrevendo o serviço podes de facto jogar durante um mês o Prince of Persia The Lost Crown sem limitações. Talvez esta opção seja a ideal para quem só pretende jogar durante pouco tempo o jogo e cancelar a subscrição após um mês, porém para aqueles que gostam de ter acesso continuo e ilimitado isto está muito longe de ser um bom negócio.

A existência dos serviços de subscrição é um problema?

Não é de todo um problema, já a tentativa de normalizar esses serviços de subscrição e tentar que os jogadores se sintam mais “confortáveis” com eles?

Essa sim preocupa…

Enquanto jogadores só podemos ficar satisfeitos quando compramos um videojogo e somos efetivamente proprietários desse videojogo sem limitações. Bem sei que o “Spotify” mudou tudo para a música como a “Netflix” mudou para o cinema e séries, porém também é verdade que ambos têm sido cada vez mais alvo de autênticas “avalanches” de críticas nos últimos anos.

Desenganem-se aqueles que julgam que a indústria dos videojogos olha para nós como jogadores, pelo contrário cada vez mais eles olham para nós como consumidores e procuram por formas de “espremerem” de nós todos os cêntimos que conseguirem.

Falando por mim eu respondo que NÃO, nunca me vou sentir confortável quando compro apenas acesso a um videojogo, aliás eu nem sequer me sinto confortável quando compro a versão digital de um videojogo através da Steam e não tenho sequer hipótese de guardar uma cópia do mesmo.

Se por um lado é verdade que este tipo de serviços são uma realidade e têm algumas vantagens, pelo outro nós jogadores não nos podemos deixar enganar e acima de tudo devemos aprender com o que está a acontecer noutras áreas de entretenimento nas quais, em algumas situações, eles até já são um incómodo considerável.

Última atualização: Janeiro 17, 2024 às 16:11

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Paulo Figueiredo

O Figueiras é um elemento fundamental da Gaming Portugal e a figura mais respeitada da equipa. A sua vida atarefada impede-o de acumular uma posição de maior destaque. A sua participação na Gaming Portugal é motivada principalmente pelo gosto por gaming e dá-lhe um prazer especial saber que nesta casa a “independência” é uma característica definidora.

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